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Capital

Família de Silvana contesta versão de assassino e acredita em latrocínio

Em depoimento, pedreiro diz que matou após discussão do valor cobrado pelo programa sexual

Dayene Paz | 29/08/2021 12:41
Silvana foi morta no dia 17 de agosto. (Foto: Reprodução) 
Silvana foi morta no dia 17 de agosto. (Foto: Reprodução)

A família de Silvana Domingos dos Santos, de 31 anos, assassinada a golpes de barras de ferro em Campo Grande, contesta a versão apresentada pelo pedreiro de 27 anos que diz ter assassinado a jovem após discussão sobre valor cobrado por programa sexual. A tia, que terá a identidade preservada, afirmou que todos acreditam em latrocínio, roubo. O pedreiro foi preso na última sexta-feira (27), dez dias após o crime e confessou o assassinato.

 "Tem umas coisas que estão sem explicação. Saiu no laudo que tinha sido pancada e que não tinha vestígio sexual. Aí no depoimento ele disse que teve meia hora de sexo, é uma coisa muito mal contada", reclama a tia.

A família acredita que o pedreiro matou para roubar. "O cara pegou o celular dela, ficou quase uma semana com o celular dela, vendeu, isso aí é latrocínio", enfatiza.

A tia conta que a família está destroçada, principalmente, a mãe e a filha caçula. "As coisas da Silvana estão tudo na casa dela, ela não conseguiu ir nem na delegacia, só chora, chora e chora. A menininha dela começou a sentir falta da mãe agora (sic)", lamenta.

Casa no Los Angeles, onde Silvana foi assassinada. (Foto: Marcos Maluf)
Casa no Los Angeles, onde Silvana foi assassinada. (Foto: Marcos Maluf)

Assassinato - Silvana foi encontrada morta no dia 17 de agosto, em uma casa do Jardim Los Angeles. Ela estava em cima da cama, apenas de calcinha e com ferimentos na cabeça. Inicialmente, a polícia suspeitou que ela havia sido morta com três tiros na parte posterior do crânio.

Mais tarde, a perícia constatou que as lesões eram resultado de pancadas consecutivas, feitas com pedaço de madeira ou ferro. Ex-namorado da vítima, um dos suspeitos pelo assassinato, foi ouvido logo após o crime e apresentou um álibi.

Prisão de autor - O pedreiro de 27 anos foi preso na última sexta-feira (27). O suspeito foi identificado graças ao celular da vítima, levado por ele e vendido por R$ 500 depois do crime. Com ajuda do setor de investigação da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), as equipes rastrearam o aparelho.

Segundo a polícia, o homem matou Silvana, porque exigiu que ela devolvesse parte do dinheiro pago por uma hora de programa. “Ele conversou com a vítima por aplicativo, concordou em pagar R$ 100 por uma hora, mas só ficaram por 30 minutos. Ele exigiu que ela devolvesse metade do valor (R$ 50) e eles se desentenderam”, explicou a delegada Bárbara Camargo Alves.

Durante a briga, o suspeito foi até o quintal da casa, pegou uma barra de ferro, voltou para o quarto e matou a vítima espancada.

Avó, tia e mãe de Silvana no dia do sepultamento. (Foto: Arquivo)
Avó, tia e mãe de Silvana no dia do sepultamento. (Foto: Arquivo)

Desacordo – Ainda segundo as investigações, o desentendimento entre Silvana e o suspeito começou bem antes do crime. O homem foi a casa por duas vezes, mas na primeira, foi embora antes do concluir o programa, porque a vítima não estava sozinha, conforme eles haviam combinado por mensagem.

Neste dia, duas amigas da vítima também estavam no local. Ele retornou para casa e voltou a conversar com a vítima por aplicativo. Horas depois, seguiu novamente para o local. Desta vez, Silvana estava sozinha e acabou assassinada.

"A gente perguntou se ele já tinha agredido alguma mulher e ele acabou falando que só agrediu ela pela condição (de garota de programa)", comentou a delegada. Por conta disso, o pedreiro responde a homicídio qualificado por feminicídio, já que matou por menosprezar a vítima na condição de mulher. Para a polícia, ele ainda cometeu o crime por motivo fútil.

O suspeito foi encontrado na casa dos pais, no Jardim Leblon. Ele é solteiro e já possui passagem pelo crime de maus-tratos cometido contra a filha de uma ex-mulher.

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