ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Família fala em justiça, mas aguarda laudos sobre morte em conveniência

Luana Rodrigues | 29/12/2015 09:34
Bala atravessou vidro traseiro de carro de Wendell e o atingiu na nuca. (Foto: Fernando Antunes)
Bala atravessou vidro traseiro de carro de Wendell e o atingiu na nuca. (Foto: Fernando Antunes)

Cinco dias após a morte de Wendell Lucas dos Santos, a família ainda não sabe de onde partiu o tiro que tirou a vida do rapaz, mesmo assim, espera por justiça. O jovem de 23 anos foi baleado na nuca, na véspera de Natal(24), durante um assalto em frente a conveniência na Avenida Coronel Antonino. Ele passava pelo local, quando foi atingido por um tiro, que a polícia suspeita que tenha partido da arma de um policial militar à paisana, que para evitar um assalto, atirou quatro vezes contra o ladrão.

A família de Wendell acredita que a morte do jovem poderia ter sido evitada, caso a bala realmente tenha partido da arma do policial. "Eu não sei quem atirou nele, mas se foi o policial, ele poderia evitar, afinal pra que dar quatro tiros? poderia atingir uma criança, qualquer pessoa que passava por ali. Eu sei que é difícil, mas a pessoa tinha que pensar no que estava fazendo", diz Maria José de Souza, cunhada de Wendell.

No dia em que houve o caso o delegado EniltonZalla, disse que, por enquanto, não era possível saber de onde partiu o tiro que atingiu Wendell, se da arma do policial ou do bandido, mas pela lesão em Wendell tudo indicava que o projétil partiu da arma do militar, uma pistola .40. “Foi uma fatalidade. O policial agiu por legitima defesa. Ele se apresentou como policial e pediu para o assaltante baixar a arma, mas ele não obedeceu e continuou ameaçando as pessoas que estavam em frente ao estabelecimento”, disse a autoridade policial.

"Ainda estamos em estado de choque, é muito pra poucos dias, mas na minhã opinião, depois que ficar tudo comprovado, vamos na Justiça sim, porque isso pode acontecer com outras pessoas se ficarmos calados", considera a cunhada.

Fernando Trindade Gonçalves, 30 anos, o assaltante, que morreu no local, estava armado com revólver calibre 22, abordou uma mulher de 44 anos e anunciou o assalto. O policial que estava à paisana, então, se identificou como PM e mandou que o bandido largasse a arma. Porém, Fernando disparou contra o policial, que reagiu e atirou por quatro vezes. O criminoso foi atingido por dois tiros na perna e um na região do tronco. Ele tinha várias passagens pela polícia, entre elas roubo, furto, posse irregular de arma de fogo e violência doméstica.

Caso a família de Wendell entre na Justiça, o processo corre contra a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e não contra o policial, já que a arma pertence ao Estado e o militar se identificou como exercendo sua função, apesar de estar de folga.

Tratamento psicológico - O policial militar Flávio Luiz Galioto, 33 anos, que atirou em Wendell acidentalmente, está passando por tratamento com uma psicóloga. Flávio é lotado no Batalhão de Choque da PM e, apesar do tratamento, continua trabalhando normalmente após ocorrido, conforme o subcomandante da unidade, major Marcus Pollet. Ainda segundo o oficial, a passagem pela psicóloga é um procedimento de praxe, imposto a policiais que passam por situações semelhantes à que envolveu o policial.

Nos siga no Google Notícias