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Capital

Famílias deixam casas em área invadida e evitam confronto com a PM

Aline dos Santos e Zana Zaidan | 22/05/2014 08:09
Batalhão de Choque acompanha fim de invasão em bairro. (Foto: Marcos Ermínio)
Batalhão de Choque acompanha fim de invasão em bairro. (Foto: Marcos Ermínio)

Fugindo de um enfrentamento com o Batalhão de Choque e sem conseguir decisão favorável da Justiça, 153 famílias cumpriram a ordem de reintegração de posse e deixaram o terreno invadido no Bairro Parque da Lagoa, em Campo Grande. A Justiça, que havia determinado o fim da invasão desde o começo do mês, deu um ultimato na terça-feira. A área pertence à Imobiliária Correta.

Os moradores trabalharam desde às 19h de ontem para retirar os móveis e materiais como janelas e telhas. A maioria já foi embora. No entanto, alguns ainda terminam de arrumar a mudança na manhã de hoje. Eles afirmam que não vão resistir a ordem, mas estão sem lugar para onde ir. “Não sei para onde eu vou, muito menos os meus móveis”, afirma Antônia Aparecida de Souza, 53 anos. Ela, que mora sozinha, passou mal e precisou ser amparada pelos policiais.

Rosângela Moreira Souza, 35 anos, conta que arrumou as malas da família. Mas não sabe o que fazer com todos os móveis, que permanecem na casa. Ela mora com o marido e os filhos de 7 e 10 anos. “A gente não tirou nada porque achou que teria outro local”, diz. A maior parcela dos moradores foi para casa de parentes.

Dos móveis já retirados pelas famílias, parte está no caminhão oferecido pela imobiliária, mas sem destino final. Outra parte foi levada para um terreno localizado a uma quadra da área invadida. De acordo com o pedreiro Jean Pauloferro, 27 anos, o dono do local autorizou o depósito dos materiais. Essa parte da mudança foi feita em uma carreta acoplada a um triciclo.

“A gente não quis enfrentar a Polícia, tem muitas famílias”, diz. Ontem, o advogado Rhiad Abdulahad, que representa os moradores, tentou um novo local com a Prefeitura de Campo Grande e também derrubar a ordem de despejo. “Ele tentou negociar uma área para ficarmos, mas a Prefeitura informou que há outras demandas”, relata Jean.

Um efetivo de 10 homens do Batalhão de Choque está no local desde às 7h desta quinta-feira. De acordo com o comandante Marcos Paulo Jimenez, um pelotão com 50 policiais está próximo à área da invasão, porém, a força policial não deverá ser empregada. “Eles estão colaborando. Tentamos negociar sempre”, diz.

A ação também é acompanhada pelo oficial de Justiça Luciano Ribeiro de Souza. As casas de alvenarias serão derrubadas por uma patrola ainda hoje.

Telhas e materiais são retirados das casas. (Foto: Marcos Ermínio)
Telhas e materiais são retirados das casas. (Foto: Marcos Ermínio)
Parte da mudança segue em carreta acoplada a triciclo. (Foto: Marcos Ermínio)
Parte da mudança segue em carreta acoplada a triciclo. (Foto: Marcos Ermínio)
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