Férias para quem vai fazer Enem é "de cara nos livros"
O ano foi complicado para adolescentes que vão enfrentar o Enem em plena pandemia
Faltando cerca de um mês para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), estudantes seguem firmes na preparação para o exame que começa em 17 de janeiro. Ao contrário do ano passado, em que nessa época muitos já estariam mais tranquilos e descansando, agora Natal e Ano Novo será de cara para os livros. É uma turminha "eleita" pela pandemia, que sofre dobrado em tempos de aulas remotas.
Thayse Caroline de Matos Henrique de 20 anos, fará o exame pela quarta vez. Ela tenta conseguir uma vaga no curso dos sonhos, medicina. A estudante conta que no início da pandemia até se deu algumas folguinhas, mas que agora na reta final não pretende pausar. “É importante parar uns dois dias para curtir a família, respirar um pouco e ver o ano novo chegar, mas como lá no inicio eu dei pausas e tive bastante dificuldade em estudar, agora eu estou focada em resolver provas e redações”, conta.
A rotina, segundo ela tem sido bem intensiva. Estuda o dia inteiro, cada dia da semana revisa quatro matérias com exercícios dos vestibulares que pretende prestar, além de tirar duvidas com o professor do cursinho. As matérias que considera mais complicadas e que tem dado uma atenção maior são biologia, química e física. Em relação a temida redação, para ela é mais tranquilo. “Redação é muito treino, preparação e leitura. Demorei um pouco a compreender essas etapas. O meu medo não é da redação e sim da gramatica”, explica.
Outra pessoa que também tem estudado muito é a Nicole Morel Nocko, de 19 anos. Como de manhã ela cuida da casa, onde mora com o pai, a tarde se dedica aos estudos e muitas vezes só para às 22h. Ela ainda explica que o desafiador desse ano foi o peso, a própria cobrança e as incertezas das provas. “Esse é meu segundo ano de cursinho, por isso é um peso maior, tanto que minha ansiedade piorou”, relata.
A maior dificuldade que tem para realizar o exame são os números, por isso matérias de exatas tem uma atenção maior na rotina de estudos. Ela tem procurado diversos modos para ajudar a estudar. “Não acredito que o Enem vai ser tão conteudista esse ano, mas eu acredito que deve haver uma cobrança maior de interpretação de texto, as famosas pegadinhas. De qualquer forma, tenho procurado ficar de olho nas noticias e atualidades, nunca se sabe né”, afirma.
Fernando Padoin, coordenador de um cursinho em Campo Grande e também professor de matemática explica que 70% dos alunos estão fazendo os estudos de forma remota, em casa, mas que tudo está sendo feito para que eles não percam o pico dos estudos. “Desde o início da pandemia, tivemos muitos que desistiram, alguns por não se adequar a ficar em casa na frente do computador, mas em compensação tem aqueles que amaram porque podem fazer o próprio horário”, explica o coordenador do cursinho e professor de Matemática Fernando Padoin.
A dica que o professor dá é estar atento a tudo que acontece em volta. “Redação por exemplo, são temas desde os mais óbvios até aqueles que nunca passou pela nossa cabeça. Então o correto é estar antenado e ler muito”, diz.
No cursinho em que ministra, Padoin explica que haverá ainda um intensivão nas vésperas do exame, mas que até lá simulados são enviados semanalmente para que os alunos não percam o pico. “Agora só podem descansar depois de fevereiro”, comenta.