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Capital

Fraudes retiram 296 pessoas enquanto 1.600 aguardam vagas em programa

Alberto Dias | 18/02/2017 12:50
Fraudes retiram 296 pessoas enquanto 1.600 aguardam vagas em programa
Bolsistas atuando na capinagem e manutenção de ruas. (Foto: Arquivo/Prefeitura)

Pelo menos 296 pessoas foram desligadas do Proinc (Programa de Inclusão Social) desde o início deste ano, por fraudes e irregularidades que comprometem a lisura do sistema mantido pela prefeitura em Campo Grande. Entre os motivos, desvio de função e prazo vencido então entre os mais comuns. Enquanto isso, 1.600 desempregados estão na fila, aguardando por uma vaga para entrar no programa, conforme apurou o Campo Grande News.

Cada beneficiário pode ficar no Proinc por até dois anos, no entanto, muitos "funcionários" já haviam ultrapassado este tempo. "As pessoas achavam que estavam trabalhando na prefeitura e, na verdade, elas estão apenas se preparando para voltar o mercado de trabalho em novas funções", explica o diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho), Cleiton Freitas Franco, que assumiu no início deste ano, nomeado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD).

Atualmente, das 1.196 pessoas ativas no programa, um terço está alocada na Seintra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) e atuam, por exemplo, na varrição de ruas e pintura de meio-fio, além da limpeza e manutenção dos oito parques públicos municipais. Outras 48 prestam serviços à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) na limpeza dos terminais de transbordo do transporte coletivo da Capital.

O Proinc existe para ajudar quem perdeu o emprego a voltar ao mercado de trabalho, capacitando e direcionando para novas oportunidades, a maioria oferecida pelo próprio Município. Hoje os bolsistas têm entre 20 e 69 anos de idade, sendo a maioria na faixa etária de 30 a 35 anos. Eles recebem um salário mínimo e um sacolão de alimentos para ajudar no sustento da casa. Ao final dos dois anos, cada um sai com carta de recomendação, atestando a participação no programa.

Problemas - No ano passado o número de "proincs" ultrapassou 1,5 mil e houve, inclusive, denúncia de funcionários fantasmas. "Tinha até engenheiro diplomado recebendo o auxílio", reclama o diretor, que encontrou computadores com arquivos deletados e falta de documentos que dificultaram averiguação do histórico dos bolsistas e fiscalização de possíveis irregularidades.

Outra questão polêmica são aqueles destacados para o combate à dengue, uma vez que tal função deve ser exercida por agentes públicos de saúde, devidamente capacitados. "Eles são bolsistas de um programa, não são agentes de saúde. Então, precisavam estar focados no mutirão de limpeza em terrenos baldios, ou seja, não podem entrar na casa de ninguém", complementou, lembrando que tal função já está excluída do programa.

Vagas - Para as próximas semanas, está previsto o início de cursos de capacitação em corte costura, jardinagem e alfabetização. "Tem gente que não sabe sequer escrever o nome", aponta o engenheiro Cleiton Franco. Interessados podem procurar atendimento na sede da Funsat, localizada na Avenida Eduardo Elias Zahran, 1581, Jardim Tv Morena.

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