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Capital

Funcionárias da Justiça são atacadas em reduto de usuários de droga

Viviane Oliveira e Marcus Moura | 08/02/2017 08:31
Funcionárias da Justiça são atacadas em reduto de usuários de droga
Moradores de rua na Travessa Lydia Baís, que fica na lateral da igreja Santo Antônio (Foto: André Bittar)
Funcionárias da Justiça são atacadas em reduto de usuários de droga
Mulher foi ferida no braço por um dos homens que pediu dinheiro para comprar comida (Foto: Direto das Ruas)

Com apenas três meses de funcionamento do Cijus (Centro Integrado de Justiça), servidores e funcionários terceirizados reclamam da falta de segurança no entorno do prédio, que fica na Rua 26 de Agosto com a Avenida Calógeras, no Centro de Campo Grande. Na quinta-feira (2), duas funcionárias foram atacadas por dependentes químicos ao se negaram a dar dinheiro a eles.

A redondeza é bem conhecida não apenas pelo comércio e mercados populares que movimentam a região, mas também pela grande quantidade de usuários de droga, moradores de rua e flanelinhas circulando no local.

No dia em que ocorreu o crime, as mulheres seguiam para o Alemão Conveniência no horário de almoço, quando passaram pela igreja Santo Antônio foram abordadas por três homens. “Eles pediram R$ 10 para comprar comida. A gente disse que não tinha. Eles se irritaram e vieram para cima de nós”, conta.

Uma das vítimas de 46 anos teve o braço machucado por objeto cortante. Já a colega dela de 21 anos foi arranhada e jogada ao chão. Assustadas com a situação, as duas voltaram correndo para o prédio e pediram socorro aos policiais responsáveis pela segurança dentro do Cijus.

Eles acionaram reforço à Polícia Militar e conseguiram prender dois deles. “Mesmo algemados e na viatura, os dois nos ameaçaram”, lamentam as funcionárias.

A mulher que teve o braço cortado, provavelmente por caco de vidro de garrafa quebrada, recebeu atendimento médico, precisou tomar vacina antitetânica e coquetel para prevenir doenças. A outra funcionária torceu o pé por causa da queda e sofreu luxação.

Com cerca de 200 funcionários, o Cijus é um ponto de movimentação do judiciário com circulação de pelo menos 3 mil pessoas por dia. “A gente já teve reclamação de duas pessoas que vieram receber atendimento e foram atacadas”, reclama uma servidora de 49 anos. O Centro Integrado da Justiça funciona no lugar do antigo Shopping 26 de Agosto. 

Segurança - No ano passado, antes do prédio começar a funcionar, o então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João Maria Lós, fez uma série de solicitações à prefeitura, uma delas, a designação de efetivo permanente da Guarda Municipal, para garantir a segurança das imediações, principalmente no período noturno.

Segundo a Prefeitura, o secretário de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, está reorganizando a base centro da Guarda Municipal, localizada na antiga rodoviária, e vai aumentar o efetivo para atender o videomonitoramento e voltar a fazer o patrulhamento. A atual gestão encontrou 50% das viaturas quebradas e espera o retorno delas para reforçar o trabalho, que também será feito em parceria com a Polícia Militar.

Funcionárias da Justiça são atacadas em reduto de usuários de droga
Na calçada da travessa tem até colchão (Foto: André Bittar)

Transtornos - Não são apenas os funcionários do Cijus que reclamam, mas também os comerciantes que estão cansados de conviver com a situação. Há 8 anos tocando um restaurante no trecho, o proprietário de 38 anos conta que além dos pequenos roubos e furtos, a calçada do estabelecimento é usada pela população de rua como banheiro.

"Aqui tem que ser lavado pelo menos duas vezes por dia para amenizar o mau cheiro. Eles também brigam entre si e vêm se esconder aqui. Esses dias um cliente foi assaltado por volta das 10h”, reclama.

Ele relata que os comerciantes e lojistas ficaram contentes com a instalação do prédio da Justiça, pois a promessa era de que teria abordagem de equipes da Prefeitura e que os moradores de ruas seriam levados para albergues e abrigos.

Compartilha da mesma opinião a dona de um supermercado na Calógeras. “A gente já reclamou para as autoridades competentes, mas até agora nada foi feito". Para a comerciante, os principais problemas são os pequenos furtos.