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Capital

Funcionários fazem novo protesto na portaria da Proteco para cobrar salários

Luana Rodrigues e Aline dos Santos | 11/08/2015 09:08
Eloiza dos Santos, 31, trabalhou como copeira por um ano e dois meses (Foto: Fernando Antunes)
Eloiza dos Santos, 31, trabalhou como copeira por um ano e dois meses (Foto: Fernando Antunes)

Um grupo de cerca de seis trabalhadores contratados pela Proteco Construções Ltda, afastada pelo governo do Estado das obras do Aquário do Pantanal, protestou em frente a empresa na manhã desta terça-feira(11), já que foram dispensados e ainda não receberam os direitos da recisão contratual, nem os salários referentes ao mês passado. Dois representantes do grupo foram recebidos por representantes da Proteco, mas a resposta foi mais uma vez o pedido para aguardarem em casa.

A maioria dos 70 trabalhadores contratados pela empresa vieram do nordeste. Os que firmaram contratos mais recentemente chegaram há três meses, mas alguns já estão trabalhando há mais de um ano, como é o caso da copeira Eloiza dos Santos, 31. Ela conta que tem duas filhas de 4 e 13 anos e recebia em torno de R$ 1 mil por mês, agora está "se virando" trabalhando como diarista. "A empresa virou as costas, mandaram que esperassemos em casa, mas até agora nada", disse Eloiza.

De acordo com a copeira, depois de terem o sacolão cortado em janeiro e o vale não foi pago em julho, alguns trabalhadores estão passando dificuldades.

Paulo Sérgio Gonçalves, 32, trabalhou como sevente de pedreiro na obra por quatro meses (Foto: Fernando Antunes)
Paulo Sérgio Gonçalves, 32, trabalhou como sevente de pedreiro na obra por quatro meses (Foto: Fernando Antunes)
Eder Paulo Fernandes  trabalhou durante um ano e cinco meses na empresa como eletricista (Foto: Fernando Antunes)
Eder Paulo Fernandes trabalhou durante um ano e cinco meses na empresa como eletricista (Foto: Fernando Antunes)

Paulo Sérgio Gonçalves, 32, trabalhou como servente de pedreiro na obra por quatro meses. Ele, a esposa e três filhos dependiam do salário de cerca de R$ 1.300, agora estão vivendo de economias. "Já está acabando, e o pior é que não temos nem como arrumar outro emprego fixo porque as carteiras de trabalho estão presas", afirmou.

O funcionário Eder Paulo Fernandes se mostra desesperado. Ele conta que "tem colega parecendo mendigo, pedindo esmola, porque está sem receber nada." Eder trabalhou durante um ano e cinco meses na empresa como eletricista e recebia cerca de R$ 2 mil, sempre em dia, mas diz que depois do escândalo, não cumpriram mais o compromisso.

Ontem(10), o MPT (Ministério Público do Trabalho) notificou a Proteco a comparecer na próxima quinta-feira(13), para explicar o motivo do não pagamento dos operários que trabalhavam na obra do Aquário do Pantanal. O prazo, quinto dia útil, venceu na sexta-feira(07), de acordo com o Sintracom/CG (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e no Mobiliário de Campo Grande). Dos 70 trabalhadores da obra, oito rescindiram os contratos e retornaram sexta-feira passada para Sergipe, com as passagens rodoviário pagas pela empreiteira.

Segundo o sindicalista, dos 70 operários, 35 são de Mato Grosso do Sul. No acerto marcado para o próximo dia 17, serão atendidos os outros 27 trabalhadores que vieram de fora, a maioria de Sergipe. A Proteco, segundo José Abelha, se comprometeu e providenciar transporte aéreo para levá-los para Sergipe, pois a viagem de ônibus leva 4 dias.

Operação Lama Asfáltica – A Proteco foi um dos principais alvos da Operação Lama Asfáltica, deflagrada no dia 9 de julho deste ano. As investigações feitas pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal) apontam para a existência de um esquema de corrupção de servidores públicos e fraudes em licitação.

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