Galpão com contrabando era vigiado 24h e movimento intenso chamava atenção
Vizinhos afirmam que desconfiavam haver "algo errado" em depósito
A movimentação constante, com entra e sai de veículos, e vigilância de câmeras de segurança chamavam a atenção de moradores, vizinhos ao galpão que escondia contrabando do Paraguai e foi fechado pela polícia na noite desta quinta-feira (10), em Campo Grande.
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A Polícia Civil fechou um galpão utilizado para armazenar produtos contrabandeados do Paraguai no bairro Santo Eugênio, em Campo Grande. O local, que chamava atenção dos moradores pela intensa movimentação de veículos e sistema de vigilância, funcionava há cerca de três meses. Durante a operação, realizada pelo Grupo de Operações e Investigações (GOI), foram detidos dois homens que trabalhavam no local. No mesmo dia, a Polícia Federal descobriu outro depósito de contrabando no bairro São Conrado, onde cinco pessoas foram presas em flagrante.
O galpão fica na esquina das ruas Paraisópolis e Frentini, no bairro Santo Eugênio. Mas, os moradores nunca viram as portas abertas. Havia sido alugado há cerca de três ou quatro meses, segundo vizinhos.
Um comerciante de 50 anos, que atua próximo ao local há 1 ano e 7 meses, relata que a movimentação chamava atenção: “Só via carro entrando e saindo com coisa dentro, mas que coisa não sei. Tinha bastante embalagem lá dentro. Nunca ficaram com as portas abertas. Eles entravam sempre pela Rua Frentini. Era sempre os mesmos rapazes, mas nunca vi eles por aqui antes”.
Um morador de 60 anos, que vive há mais de 50 anos na mesma rua e está atualmente desempregado, lembra quando o imóvel era um depósito de material de construção. Depois de ficar abandonado por cerca de seis anos, foi reativado há menos de um ano.
“Depois que esse pessoal abriu era a noite toda, de manhã, entra e sai de carro. Caminhão baú, carro descarregando e já fechando o portão. Eu comentei com a minha mãe que era coisa errada. Não era normal o fluxo de carro o dia todo”. O morador ainda diz que costumava passear com os cães de madrugada e, mesmo nas primeiras horas do dia, flagrava o movimento de entrada e saída de veículos no galpão.
Fechado - A ação foi realizada por uma equipe do GOI (Grupo de Operações e Investigações), após denúncia anônima de que o local poderia esconder drogas, justamente por conta da intensa movimentação de pessoas e veículos. A polícia passou a monitorar o imóvel com viatura descaracterizada e, ao flagrar o momento em que uma picape Fiat Strada chegava para mais uma entrega, decidiu agir.
O portão de elevação foi aberto para receber o veículo, mas o motorista desobedeceu à ordem de parada e fugiu pela rua. Dentro do galpão estavam Kaio Pereira do Espirito Santo, de 20 anos, e Johanne A. Farias, de 28. Eles confirmaram que haviam sido contratados apenas para receber e despachar mercadorias vindas do país vizinho.
Entre pilhas de caixas de papelão, os policiais encontraram produtos como perfumes, dispositivos de internet e relógios. Nenhuma arma ou droga foi localizada. Os dois rapazes alegaram não saber quem era o patrão e foram levados para a delegacia, onde o caso foi registrado como descaminho. Eles foram acompanhados por advogado e não ficaram presos por ausência de flagrante.
Segunda apreensão - O caso do Santo Eugênio foi o segundo flagrante de mercadoria contrabandeada em Campo Grande em menos de 24 horas. Na tarde do mesmo dia, a Polícia Federal descobriu outro galpão usado como depósito, dessa vez na Rua Capitão Mário Pio Pereira, no bairro São Conrado.
No local, cigarros eletrônicos, essências de narguilé e outras mercadorias vindas do Paraguai eram armazenadas antes de seguir viagem para São Paulo. Cinco pessoas foram presas em flagrante nessa segunda ação, e três veículos usados no transporte dos produtos foram apreendidos.
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