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Capital

Gangue do Guincho: polícia procura quadrilha que furtava carros e ameaçava donos

Pelo menos 6 veículos foram furtados, em ação dos bandidos que começava em sites de compra e venda de carros

Silvia Frias | 18/04/2022 11:17
Integrante de quadrilha dizia que era o verdadeiro proprietário e passava a ameaçar vítima. (Foto: Reprodução)
Integrante de quadrilha dizia que era o verdadeiro proprietário e passava a ameaçar vítima. (Foto: Reprodução)

A Polícia Civil está à caça dos integrantes da Gangue do Guincho, que já teria feito pelo menos seis vítimas em Campo Grande. A quadrilha contratava o serviço para levar veículos que estão à venda na Internet. Além de não pagar pelo carro, os bandidos ainda ameaçavam o dono, dizendo que eram integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Um dos chefes da quadrilha foi identificado como sendo Lucas Felipe Alves Pereira, interno do Presídio de Segurança Máxima. O detento usava os serviços de mulher residente no Bairro Tiradentes, com quem mantinha contato pelo Facebook.

A mulher, identificada como Yasmin Santos Pereira, 21 anos, foi presa ontem de manhã, em flagrante, ao receber um dos carros furtados no golpe. Hoje, foi submetida a audiência de custódia, pela Justiça de Campo Grande teve o flagrante convertido em prisão preventiva.

A equipe da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) já estava de sobreaviso por conta do uso de guincho para furtar carros, depois que o carro de investigadora da Polícia Civil havia sido furtado dessa maneira, em março deste ano.

Ameaças eram feitas pelo WhatsApp. (Foto: Divulgação)
Ameaças eram feitas pelo WhatsApp. (Foto: Divulgação)

Naquela época, o operador de guincho contratado para o serviço prestou depoimento e foi liberado. O homem foi orientado a entrar em contato com a Defurv se fosse chamado novamente para o serviço.

E foi o que aconteceu ontem. O operador de guincho recebeu ligação de Felipe. O homem disse que o carro dele sofreu pane e precisava ser retirado de endereço no Jardim Cerejeira e levado para rua no Bairro Tiradentes. Felipe enviou foto do veículo, placa e local.

Ao chegar no endereço mencionado, bateu palmas, mas ninguém estava em casa.

Neste momento, recebeu outra ligação, desta vez, do filho de Felipe, dizendo que havia saído para ir ao mercado e que já estava voltando. Novamente, o contratante ligou e deu o endereço no Tiradentes.

O operador guinchou o Corsa e, na rua indicada no Bairro Tiradentes, estranhou a movimentação e achou que pudesse ser vítima de roubo. Passou direto pela rua e não parou para finalizar o serviço.

Foi aí que entrou em contato com a Defurv. Os policiais orientaram o operador a continuar a fazer o serviço. Enquanto isso, a equipe ia até o local indicado de entrega para monitoramento.

O operador de guincho não achou o endereço e Felipe encaminhou áudio de mulher dizendo que estava no meio da rua, aguardando a entrega. Depois que ela recebeu o carro, os policiais a surpreenderam.

Inicialmente, Yasmin disse que fora contratada por desconhecidos pelo Facebook apenas para receber o veículo e não sabia nada sobre furto. A amiga dela, porém, disse que o namorado da manicure, preso na Máxima, era quem encomendava os carros.

Depois disso, Yasmin passou a dar mais detalhes. Disse que conheceu Lucas Pereira Facebook há cerca de um ano, sabia que ele estava preso, mas negou relacionamento amoroso.

Alegou ser sendo amiga dele, mas que regularmente recebe ajuda, sem valor determinado. Em abril, já havia recebido outro carro na casa alugada no Tiradentes, “um pequeninho” branco, talvez Ford Ka. Nessa ocasião, outro guincho foi chamado.

O golpe – De acordo com informações da Polícia Civil, a investigação apurou que as pessoas, ainda não identificadas, participavam de grupos de compra e venda de veículos pela internet.

Os bandidos copiavam os anúncios, solicitavam dados e endereços dos donos, que passavam a ser monitorados pelos integrantes da quadrilha: o objetivo era garantir que eles não estivessem em casa quando o guincho fosse acionado para buscar o carro.

Quando a pessoa não estivesse em casa, outro integrante contratava operador de guincho, até agora, pessoa que agia de boa fé, acreditando estar prestando serviço idôneo. O veículo era levado e, na entrega, o pagamento pelo transporte era feito. Até agora, a quadrilha furtou pelo menos seis carros neste sistema.

A ação criminosa ainda tinha golpe final: o dono do veículo recebia ligações ameaçadoras dos bandidos. Dizem ser integrantes de facção criminosa, em especial, o PCC e que se registrarem ocorrência, serão assassinados ou os familiares “sofrerão as consequências”.

“Trata-se de quadrilha bem organizada, com liderança bem estruturada dentro do presídio”, avaliou o delegado Reginaldo Salomão, responsável pela investigação. Agora, a polícia busca identificar os outros integrantes da quadrilha e, por isso, pediu a manutenção da prisão da manicure.

#matéria atualiza às 12h12 para acréscimo do resultado da audiência de custódia

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