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Capital

Garras e Exército investigam fornecedor de explosivos a bandidos

Paula Maciulevicius | 08/11/2012 13:17
Quadrilha apresentada hoje no Garras, eles também vão responder por pelo menos 5 ocorrências de roubo ou furto de veículos. (Foto: Simão Nogueira)
Quadrilha apresentada hoje no Garras, eles também vão responder por pelo menos 5 ocorrências de roubo ou furto de veículos. (Foto: Simão Nogueira)

O Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e o Exército Brasileiro estão investigando quem seria o fornecedor dos explosivos usados em duas tentativas de arrombamento de caixas eletrônicos entre o final dos meses de setembro e outubro.

Nesta quinta-feira, a Polícia Civil apresentou uma quadrilha envolvida nos dois casos, um dos integrantes em especial tem ligação direta com o fornecedor, já que no decorrer das investigações, a Polícia chegou a conclusão de que Hélio Dias Pereira, 39 anos, conhecido como Borracha, teria fornecido o material ao bando. Como a explosão não deu certo, ele recebeu o explosivo de volta.

“Não houve detonação, eles retiraram, devolveram ao fornecedor, exigindo a devolução do dinheiro”, explica o delegado responsável pelo caso, Márcio Obara. O explosivo era da quadrilha e parte foi apreendida enterrada num pasto no bairro Tarsila do Amaral e o restante, no terreno atrás da borracharia de Hélio, no bairro Vida Nova, na última segunda-feira.

Hélio Dias Pereira é a chave da investigação para se chegar ao fornecedor dos explosivos. (Foto: Simão Nogueira)
Hélio Dias Pereira é a chave da investigação para se chegar ao fornecedor dos explosivos. (Foto: Simão Nogueira)

“O Hélio já tinha recebido e utilizado os explosivos no mercado. Não funcionou e eles esconderam naquele local”, completa o delegado. O material vai passar por perícia no Instituto de Criminalística para verificar se é capaz ou não de explodir.

As quadrilhas envolvidas nas explosões de caixas eletrônicos, que antes eram de fora, agora têm raízes aqui em Mato Grosso do Sul.

A Polícia chegou até o bando pela prisão de Alex Rodrigues Correa, 23 anos, conhecido como Matinbu, envolvido no roubo de uma Captiva. O fato foi investigado pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos) e paralelamente, o Garras tinha a informação de um envolvido chamado de ‘Matinbu’ nas ocorrências de explosivos.

Com a prisão de Alex, cinco dias depois a Polícia chegou à prisão de: Jhenison da Silva Maciel, 20 anos, conhecido como Nickinha, João Alessandro Rodrigues Pereira, 23 anos e Hélio, preso na borracharia onde trabalhava com os explosivos enterrados no quintal. Jhenison e João acabaram presos depois de um confronto com a PM, após praticarem o furto de uma caminhonete Hilux preta na região do bairro São Bento.

No confronto, um adolescente de 17 anos acabou baleado. Ele continua internado na Santa Casa e a Polícia investiga se ele realmente é o adolescente que se apresentou e o envolvimento dele nos arrombamentos.

O chefe da quadrilha, segundo o delegado Obara, não está delineado. No bando, cada um tinha a sua função. O mentor da ação, vinha, como em todos os últimos casos, de dentro do presídio.

Organização – Os quatro apresentados hoje tinham funções específicas nas duas tentativas de arrombamento. Segundo o Garras, João Alessandro era quem arrombava e quebrava as portas de vidros dos estabelecimentos alvos, Jhenison era sempre o responsável por introduzir o explosivo e acender o pavio, Alex fazia a segurança externa, o que era chamado de ‘contenção’. Armado, no caso de haver algum vigia ou alguém que interferisse na atividade, ele atirava e Hélio que tinha acesso aos explosivos.

“A realidade desse grupo, segundo a Polícia é do crime como meio de vida. Eles são envolvidos com tráfico de drogas, roubo e furto de veículos. Temos informações de que eles também aplicavam golpes em seguros”, ressalta Márcio Obara.

As duas ocorrências de tentativas de explosivos foram primeiro em uma padaria e a segunda em um supermercado. Sempre na região do bairro Nova Lima. A Polícia acredita que tenham outros envolvidos porque o bando apresentado hoje, não estava nas duas ações.

“Eles iam intercalando os grupos”, completa o delegado. “O Alex foi preso, mas eles continuavam praticando crimes, mesmo com um preso”, acrescenta.

Da ação da padaria, a Polícia não acredita na confissão da quadrilha, de que apenas dois deles participaram: Jhenison e Rubens Carlos Campos Barcellos, que está preso pela Defurv. No mercado, todos participaram.

As imagens do circuito interno do mercado mostram a ação dos bandidos. A Polícia se baseou nas cenas da ação para entender a metodologia do crime, assim como a participação de cada um.

Pelas imagens é possível visualizar o momento em que eles entram, arrombam a porta de vidro, em seguida o dispenser do caixa eletrônico até a introdução do explosivo e o acendimento do pavio.

Em seguida eles aguardam pela explosão do caixa. O que não acontece e o bando vai embora.

Os quatro apresentados hoje tinham funções específicas nas duas tentativas de arrombamento. Segundo o Garras, João Alessandro era quem arrombava e quebrava as portas de vidros dos estabelecimentos alvos, Jhenison era sempre o responsável por introduzir o explosivo e acender o pavio, Alex fazia a segurança externa, o que era chamado de ‘contenção’. Armado, no caso de haver algum vigia ou alguém que interferisse na atividade, ele atirava e Hélio que tinha acesso aos explosivos.

Prisão – O bando vai responder no caso do mercado, por tentativa de roubo, explosão e formação de quadrilha. Já em relação à padaria, por tentativa de furto, explosão e na conclusão do inquérito, eles também podem ser indiciados por formação de quadrilha.

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