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Capital

Gerente de hotel é preso por exploração sexual de três adolescentes

Paula Vitorino e Francisco Júnior | 25/08/2011 10:28

Garotas vieram do Paraná e gerente indicou prostituição como um “jeito para conseguir dinheiro fácil” em Campo Grande

Hotel fica no ponto conhecido como "cracolândia". (Foto: Simão Nogueira)
Hotel fica no ponto conhecido como "cracolândia". (Foto: Simão Nogueira)

O gerente de um hotel em pleno centro de Campo Grande, Gedeon de Oliveira, de 53 anos, foi preso em flagrante por exploração sexual de três adolescentes. As duas garotas de 17 e a de 16 anos estavam hospedadas no local desde domingo, quando começaram a fazer programas com clientes arranjados por Gedeon, que indicou a prostituição como meio “fácil de ganhar dinheiro”.

Ele foi preso por volta das 20h de ontem após a Polícia Civil receber denúncias de que adolescentes estavam se prostituindo no Hotel Caçula, que fica na avenida Calógeras, no trecho conhecido como "cracolândia". Em um dos quartos também funcionava como ponto de venda de drogas.

De acordo com o delegado Divino Furtado de Mendonça, as garotas contaram que vieram de Apucarana, no Paraná, para buscar emprego e conhecer a cidade. Elas saíram no sábado (20) e pegaram várias caronas até chegar no domingo, na Capital.

Em Campo Grande, elas conheceram um rapaz que as levaram para lanchar na Feira Central. O colega indicou um hotel barato que elas poderiam se hospedar e levou as meninas até o Caçula. Gedeon chegou a pedir a identidade das adolescentes, mas duas disseram que não estavam com os documentos.

O gerente olhou por cima a documentação de uma das meninas de 17 anos e deixou que elas se hospedassem. O delegado Mendonça diz que as meninas são grandes e não aparentam serem menores de idade.

Uma das meninas de 17 anos está grávida de três meses e contou para os policiais que já teve outro filho, mas que a criança morreu com 28 dias.

Já no hotel, as adolescentes perguntaram para o gerente se ele sabia de algum emprego para elas e Gedeon de imediato disse que sabia de um “jeito fácil para ganharem dinheiro na Capital”. Ele propôs um programa na mesma noite, com dois de seus clientes.

A menina de 17 anos, que não está grávida, e a outra de 16 se encontraram com os homens em quartos arrumados por Gedeon nos fundos do hotel. Elas cobraram R$ 50 pelo relação sexual e deram R$ 15 ao gerente. Na segunda e terça-feira a garota de 17 anos fez outros programas.

Na terça, a relação sexual aconteceu dentro do banheiro de um dos quartos. Gedeon bateu na porta do quarto antes da menina sair para cobrar as diárias atrasadas do hotel. As garotas estavam devendo dois dias de hospedagem.

No entanto, o gerente ficou interessado na menina de 17 anos e propôs um programa com ela em troca do perdão da dívida das duas diárias. A adolescente topou a troca. De acordo com a Polícia Civil, a relação iria acontecer ontem e só não foi consumada porque os policiais chegaram antes.

Gedeon tem passagem na Polícia por furto qualificado. Ele foi preso por exploração sexual de crianças e adolescente, com pena prevista de 4 a 10 anos. As meninas foram encaminhadas para o Conselho Tutelar.

Tráfico - Durante a abordagem da Polícia Civil no hotel, Emilio Roberto Negrete, de 25 anos, foi preso por tráfico de drogas. Ele vendia entorpecentes em um dos quartos do local. Com ele, foram encontradas porções de maconha e pasta base de cocaína.

O jovem saiu da prisão em maio deste ano. Ele cumpria pena por tentativa de furto desde 2009, mas já tinha passagens pela Polícia por furto, receptação, violação de domicílio e lesão corporal.

O Campo Grande News esteve nesta manhã no Hotel Caçula e encontrou o estabelecimento funcionando normalmente. A Polícia Civil informou que o local está sendo investigado e já foram encontradas irregularidades administrativas em outras abordagens.

O proprietário também deve ser investigado e o alvará do estabelecimento pode ser cassado, e com isso, o hotel deve ser fechado. A denúncia de prostituição e tráfico de drogas foi encaminhada pela Polícia Civil ao Minitério Público e Prefeitura Municipal, para as providências cabíveis.

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