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Capital

Greve cancela 70% de cirurgias eletivas de pacientes externos na Santa Casa

Ricardo Campos Jr. | 27/09/2017 12:10
Santa Casa de Campo Grande (Foto: André Bittar)
Santa Casa de Campo Grande (Foto: André Bittar)

A paralisação de médicos na Santa Casa de Campo Grande impede a realização de 70% das cirurgias eletivas agendadas por pacientes que não estão internados na unidade. Segundo o hospital, as operações de casos graves ou daqueles que já estão sendo assistidos pelo hospital transcorrem normalmente.

Conforme a assessoria de imprensa, o sistema de regulação é quem define quais procedimentos serão realizados e quais serão remarcados.

O Sinmed (Sindicato dos Médicos) afirma que a instituição atrasou pagamento de horas extras e férias. O hospital afirma que os salários e demais obrigações trabalhistas referentes aos profissionais contratados diretamente pela Santa Casa estão em dia. O problema afeta apenas os terceirizados, já que o município não repassou a verba necessária para efetuar os depósitos.

Até esta terça-feira, o hospital dizia que apesar da paralisação, nenhum serviço havia sido prejudicado ou suspenso.

Conforme a assessoria de imprensa, são realizadas em média 3,7 mil operações eletivas pelo centro cirúrgico, entre 110 a 120 por dia. Dentro desse número estão incluídos procedimentos internos e externos e por isso não há como estimar o impacto da paralisação.

A Santa Casa é criticada pelo contraste entre o atraso dos salários, falta de medicamentos e outros problemas que envolvem aportes financeiros enquanto realiza obras em vários setores, entre elas o recapeamento do asfalto do acesso entre a guarita da Rua Eduardo Santos Pereira até a recepção principal, considerada supérflua diante de outras necessidades e desnecessária, já que o estacionamento é privado.

O presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Esacheu Nascimento, rebate as reclamações e diz que as reformas realizadas nas alas foram pagas em sua maior parte pelo Governo Federal por meio de convênios, de modo que a verba não poderia ser destinada a compra de medicamentos, por exemplo. Tampouco poderia ser usada a contrapartida do hospital, já que sem ela poderia haver a perda dos recursos federais.

Sobre o recapeamento do acesso, o gestor afirma que a empresa contratada para gerenciar o estacionamento não é responsável pelo acesso até a portaria, que estava tomada por buracos.

“Recapear o acesso é supérfluo para o indivíduo que anda bem, sem a ajuda de cadeira de rodas. A pessoa faz a crítica, mas não houve o conselho local. Nós ouvimos da parte dos usuários o que precisa ser feito. As cadeiras de roda caíam dentro dos buracos. A crítica é livre, cada um faz. Mas quem está na direção tem que ponderar e eleger as prioridades”, completa.

Já é a segunda vez neste ano que os médicos entram em greve na Santa Casa. Em junho os atrasos, dessa vez no salário, foi o principal motivo para a paralisação. Na época, a Justiça do Trabalho confiscou das contas da Santa Casa o valor necessário para pagar os funcionários.

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