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Capital

Guarda era mais apto a "usar arma do que qualquer homem", diz Marquinhos

Marquinhos Trad citou atestado psicológico obrigatório a cada 2 anos para continuidade na Guarda Municipal

Silvia Frias e Clayton Neves | 03/03/2020 13:07
Prefeito durante evento dos 5 anos da Casa Mulher Brasileira (Foto: Henrique Kawaminami)
Prefeito durante evento dos 5 anos da Casa Mulher Brasileira (Foto: Henrique Kawaminami)

O guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, 29 anos, deveria passar por renovação dos processos de manutenção do porte de arma este mês, medida que exige reapresentação de atestado psicológico. O procedimento regular, feito de dois em dois anos, foi citado pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). “Ele tinha mais condições de usar arma do que qualquer homem normal”, disse durante evento dos cinco anos da Casa da Mulher Brasileira.

Valtenir Pereira teve prisão preventiva decretada após matar, na noite de sábado, a ex-mulher, Maxelline da Silva dos Santos, 28 anos, o amigo dela, Steferson Batista de Souza, 32 anos, e feriu a tiros a mulher de Steferson, Camilla Telis Bispo, 31 anos, ainda internada no Proncor da Santa Casa.

O prefeito disse que o acompanhamento das condições psicológicas sempre existiu nas normas de formação e permanência da Guarda Municipal. O foragido estava na lista do grupo de 90 servidores que iriam passar pela renovação dos documentos para porte em março.

Porém, Marquinhos lembrou de episódio ocorrido em 2017 como situação pode estar além do controle regular, citando o episódio em que o ex-procurador geral Rodrigo Janot planejou assassinar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e entrou armado no prédio do supremo.

“Quem poderia imaginar, onde que você iria esperar que um cara como Janot ia pegar arma para matar ministro dentro da instituição; imagina se ele atirasse? Você vai tirar a arma de todos os procuradores do país?”, questionou.

Medida protetiva – o secretário Municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, disse, durante o evento, que a Guarda Municipal não havia sido oficiada da medida protetiva expedida pela Justiça, para que Valtenir Pereira não se aproximasse de Maxelline.

Azambuja disse que a medida saiu no dia 17 de fevereiro e, nos três dias seguintes (18, 19 e 20) o esquema de segurança e o Judiciário entraram no regime especial de plantão de Carnaval. Segundo secretário, partir do dia 26, havia informação extraoficial dessa medida e que oficial tentava localizar o guarda.

O secretário diz que, caso fosse oficiado, a arma de Valtenir Pereira seria recolhida. “Isso já foi feito por fatos muito menores”. Azambuja se valeu, ainda de números apresentados durante o evento, de que 42% dos feminicídios são consumados com arma branca. “Quem garante que não usaria outros meios para matar?”, disse.

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