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Capital

Guarda reage às prisões e registra boletim por abuso e invasão pela PM

Renan Nucci | 06/04/2015 11:39
Secretário Valério Azambuja durante coletiva nesta segunda-feira. (Foto: Marcelo Calazans)
Secretário Valério Azambuja durante coletiva nesta segunda-feira. (Foto: Marcelo Calazans)
Vitima apontou dois guardas como supostos agressores. (Foto: Simão Nogueira)
Vitima apontou dois guardas como supostos agressores. (Foto: Simão Nogueira)

A Guarda Municipal de Campo Grande registrou boletim de ocorrência por invasão da unidade e abuso de autoridade supostamente cometidos por policiais militares. Na manhã de sexta-feira passada, dois guardas foram presos dentro da Base Central sob suspeita de agressão a um homem na Rua Dom Aquino, esquina com a Joaquim Nabuco, na antiga Estação Rodoviária.

O secretário municipal de Segurança Pública, Valério Azambuja, disse em pronunciamento oficial nesta segunda-feira (06), acreditar que os guardas não participaram - eles foram liberados e trabalham normalmente. Mesmo assim, será instaurado procedimento interno junto à corregedoria para apurar o ocorrido. “Acreditamos que não, mas se houver indício de envolvimento, vamos tomar as medidas necessárias”, disse o secretário.

Ele lamentou a ação que considerou abusiva por parte da PM. As agressões contra a vítima ocorreram, supostamente, à 2h da madrugada, e a polícia só compareceu à base por volta das 6h. “Após a invasão, determinaram que os guardas fossem colocados, sem farda, para um reconhecimento absolutamente teratológico, na presença da suposta vítima, a qual, ao invés de receber atendimento, foi levada para aquele local”, explicou.

A invasão, segundo Valério, configura intervenção do Estado no Município e deve ser tratada, oportunamente, pelos respectivos chefes dos poderes executivos. “Na ocorrência ou não de flagrante, lamento a falta de observância nos artigos 293 e 294 do Código de Processo Penal, sobretudo por se tratar de órgão público municipal legitimamente constituído e em funcionamento, inclusive, integrante da segurança pública”.

Apesar do desentendimento, ele destacou o bom relacionamento que mantém com o coronel Deusdete de Oliveira, chefe da PM em Mato Grosso do Sul, e disse que a parceria entre as duas unidades não será estremecida. “Os cursos que a PM ministra à Guarda e o trabalho conjunto que realizamos continua. Não há alteração”, explicou.

Diplomacias à parte, também reconheceu a tensão existente, na prática, entre alguns guardas e policiais e disse que o assunto é tratado de perto. “Somos parceiros e contamos com o apoio deles para a boa execução de nosso trabalho. Houve despreparo por parte de alguns policiais, mas é algo que não representa o relacionamento. Fazemos o trabalho ostensivo amparados por atribuições legais, e não queremos atrapalhar a função de ninguém, apenas reforçar a segurança pública”, concluiu.

O comando do Batalhão de Choque, uma das equipes envolvidas nas prisões, informou apenas que os policiais agiram da maneira correta e que não haverá pronunciamento sobre o caso.

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