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Capital

Cadeirante foi baleado por mesmo homem que o deixou paraplégico e matou criança

Alvo de atirador na noite de ontem, rapaz sofreu atentado em 2014; por esse motivo, ficou paraplégico

Por Dayene Paz e Geniffer Valeriano | 02/08/2025 10:17
Cadeirante foi baleado por mesmo homem que o deixou paraplégico e matou criança
Marca de tiro no portão da casa onde cadeirante mora. (Foto: Henrique Kawaminami)

O cadeirante baleado na noite de sexta-feira (1º), no Jardim Batistão, em Campo Grande, já havia sido vítima do mesmo agressor anos atrás. A primeira vez foi em 2014, durante uma festa de aniversário que terminou com uma tragédia: uma criança de 2 anos e uma mulher foram mortas a tiros. O então jovem também foi baleado e ficou paraplégico.

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Cadeirante sofre nova tentativa de homicídio em Campo Grande, anos após ataque que o deixou paraplégico e resultou em duas mortes. O suspeito é o mesmo do crime de 2014, ocorrido durante uma festa de aniversário, onde uma criança de dois anos e uma mulher foram assassinadas. Recentemente libertado do sistema prisional, o agressor teria ameaçado a família da vítima com vingança. Na sexta-feira (1º), o cadeirante foi atraído para o portão de sua casa e alvejado, mas escapou ileso. O cachorro da família foi atingido por um dos disparos. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de homicídio e maus-tratos a animais.

A tentativa de homicídio registrada na noite de ontem reacende o medo da família, que nunca esqueceu aquela noite. “Foi no aniversário da minha nora. Eles chegaram atirando. Quando ouvi os disparos, gritei, e meu filho caiu no chão. Meu marido também foi atingido. Uma senhora morreu e uma criança, convidada da festa, também. Tinha só dois anos e sete meses”, relembra a mãe da vítima, aposentada, de 64 anos.

Cadeirante foi baleado por mesmo homem que o deixou paraplégico e matou criança
Cadeira de rodas no quintal da casa onde vítima mora. (Foto: Henrique Kawaminami)

O suspeito do crime, segundo a família, é o mesmo envolvido no ataque de 2014. Na época, ele foi preso e condenado, mas saiu do sistema prisional recentemente. Desde então, os familiares viviam em alerta, temendo vingança. "Eles falaram que quando saíssem, iriam se vingar. E nós já ficamos sabendo que um deles saiu", diz.

Na nova tentativa, na noite desta sexta-feira, o cadeirante foi chamado no portão de casa e, ao atender, foi surpreendido com tiros. Um dos disparos errou o alvo, mas o segundo atingiu o cachorro da família, Mandrake. A vítima escapou ilesa, mas o trauma foi reativado.

A família não informou qual a motivação dos atentados. A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de homicídio e maus-tratos a animais.

Há 11 anos - No dia 19 de outubro de 2014 acontecia uma festa de família na casa do Jardim Batistão. Gabriel Henrique Amorim Bernardo, conhecido por Gardenal, chegou ao local e chamou a ex-namorada, que participava da confraternização, para conversar.

Na frente da casa, os dois começaram a discutir e Gabriel torceu o braço da jovem, momento em que Wanderson, o cadeirante alvo de tiros ontem, e José Escobar interviram na briga e bateram no rapaz.

Ainda segundo a polícia, Gabriel deixou o local e no meio do caminho encontrou Marcos Antônio Reis Santos e Elvis Henrique Ortega Cheles. Os três chamaram Douglas Aparecido de Oliveira Batista, dono de um Ford Fiesta para irem até a confraternização. Armados, os dois entraram no carro e voltaram a festa, enquanto Gabriel de bicicleta seguiu para o mesmo local.

Na festa, Elvis e Marcos desceram empunhando as armas e descarregaram os revólveres em direção das pessoas. Segundo a Polícia, foram pelo menos 12 tiros. Depois de atirar, a dupla deu uma volta na quadra, voltou na casa e disparou mais. Gabriel armado com uma faca tentou esfaquear Wanderson. José ainda deu uma cadeirada no rapaz, que fugiu junto com os comparsas.

A criança estava no colo de José Escobar, quando foi atingida. A mãe da bebê não era da família, mas estava na festa porque matinha um relacionamento com Wanderson.

Condenados - Em 2016, Elvis Henrique foi condenado a 32 anos e dois meses de prisão pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe com recurso que dificultou a defesa da vítima e tentativa de homicídio qualificado. Marcos Antônio foi condenado a 31 anos. Douglas Aparecido, que também era réu no caso, foi absolvido.

Gabriel Henrique, pivô da confusão que causou a morte da menina, não foi a julgamento, uma vez que o juiz considerou que não havia materialidade para comprovar a participação dele no crime.

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