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Capital

Homem que matou criança de 3 anos na rua enfrenta juiz pela primeira vez

Na tarde desta segunda-feira (3) foi realizada a 1ª audiência sobre o caso de Eloá Carvalho, atacada na rua por desconhecido

Maressa Mendonça | 03/02/2020 17:20
Cecílio Martins Centurião Júnior deixa sala de audiência no Fórum, em Campo Grande (Foto: Kisie Ainoã)
Cecílio Martins Centurião Júnior deixa sala de audiência no Fórum, em Campo Grande (Foto: Kisie Ainoã)

Na tarde desta segunda-feira, a Justiça começou a ouvir testemunhas do caso da menina Eloá Aquino Carvalho, morta aos três anos após ser atacada na rua por homem que sofre de esquizofrenia. Testemunhas reforçaram que a criança foi arremessada ao chão “como um brinquedo”. Os depoimentos ocorreram na 2ª vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, com a presença do assassino, Cecílio Martins Centurião Júnior.

“Ele jogou como se fosse um brinquedo. Ouvi um estalo muito alto”, declarou uma das testemunhas que, ajudou a conter o agressor no dia do crime.

Versão semelhante foi dada por outra testemunha, a mulher que ajudou a socorrer Eloá. “Ele levantou ela acima da cabeça, como se fosse sacudir uma toalha ou um boneco e jogou no asfalto”.

Os depoimentos ocorreram na presença de Cecílio que, está preso em ala psiquiátrica do Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho e chegou até o Fórum sob escolta da Polícia Militar. Ele deve se manifestar em audiência futura, após todas as outras testemunhas. A mãe de Eloá, Elenilda Carvalho Moreira, e um dos guardas municipais que atendeu a ocorrência não compareceram.

As testemunhas disseram também que logo após o ataque Cecílio “não falava coisa com coisa”, “dizia coisas sem sentido” e “não mudou a feição. Estava apático”. Ele tentou fugir do local do crime, mas foi contido e chegou a ser agredido por populares antes de ser levado para a delegacia.

O agressor - Quando chegou na sala da 2ª vara do Tribunal do Júri nesta segunda-feira, Cecílio recebeu orientações do defensor público Rodrigo Stochiero sobre a sessão e também a de não interromper as testemunhas.

Com ombros caídos e fala um pouco confusa ele confirmou ter entendido as instruções, mas pouco tempo depois acabou interrompendo rapidamente a audiência. Ele “corrigiu” a informação dada por uma das testemunhas de que teria arremessado a menina ao chão uma vez. “Foram duas”, disse.

No dia 23 de dezembro, Cecílio foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual) por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

O defensor Stochiero acredita que Cecílio não será levado a júri popular em decorrência da doença. Isto porque ele foi diagnosticado com esquizofrenia em 2007 e tinha sido até interditado pela Justiça. Ele enfatizou ser necessário ouvir todas as testemunhas antes de determinar a tese que será adotada. Sobre as qualificadoras, ele respondeu que “prefiro não me manifestar por enquanto, mas vamos discutir”, finalizou.

O caso - A agressão aconteceu no dia em dezembro de 2019, na rua Baobá, Moreninha III, quando a mãe de Eloá, Elenilda Carvalho Moreira, 31 anos, estava em ponto de ônibus acompanhada dos três filhos, de 2 meses, 3 anos e 5 anos.

A criança estava no carrinho e foi retirada por Cecílio Martins Centurião Junior, 34 anos, e arremessada ao chão duas vezes. Testemunhas conseguiram contê-lo e ele foi detido.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva e o homem está uma ala psiquiátrica do Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho.

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