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Capital

Impunidade desanima a Polícia e espalha “pânico” entre as vítimas

Graziela Rezende | 18/02/2014 10:44
Bandidos usando roupas e sapatos das vítimas. Foto: Marcos Ermínio
Bandidos usando roupas e sapatos das vítimas. Foto: Marcos Ermínio

A impunidade dos autores de furto desanima o trabalho policial e está espalhando “pânico” entre as vítimas de Campo Grande. No caso da quadrilha que fez um arrastão na lanchonete Áquila Fast Food, há dois dias, o grupo só permaneceu preso por conta do assalto a mão armada, sendo que eles já haviam furtado oito casas, desde a noite de quinta-feira (13).

“Os bandidos foram reconhecidos, fizeram um limpa em um monte de casas e, não fosse o arrastão a mão armada na lanchonete, é possível que fossem soltos. Na delegacia, fiz o reconhecimento dos ladrões, que inclusive vestiam as roupas do meu filho. E o delegado comentou que indicia os bandidos, mas o juiz não deixa nem uma semana presos os autores de furto”, conta um editor de livros, 44 anos, uma das vítimas da quadrilha.

A sua casa, localizada no bairro Santo Antônio, foi invadida por bandidos pela 3ª vez. “Essa quadrilha entrou com o carro na garagem e fez um limpa, revirando tudo. Nós ficamos com uma sensação de insegurança enorme, meus filhos não querem mais morar lá. O meu vizinho, hoje mesmo falou que o filho de 6 anos não dorme mais, dizendo que tem alguém na casa e que será necessário tratamento com psicólogo pra ele”, lamenta a vítima.

Ainda na delegacia, ele diz que a Polícia até obteve a informação que outra quadrilha queria roubar os bandidos. “Lá eles disseram que outros jovens estavam no encalço deles, de tanta coisa que furtaram nestes quatro dias. E o delegado comentou que fica de mãos atadas, com a impunidade dos autores por conta da legislação”, diz a vítima.

Vai e vem - Comandante da Polícia Militar do Estado, o coronel Carlos Alberto David dos Santos, ressaltou uma falha na legislação.

“Na atividade policial, constantemente nossos militares encontram autores de furto que já prenderam outras vezes. Em 2013, por exemplo, tivemos o caso de uma pessoa em Coxim que foi detida 48 vezes. Já na Capital, outro jovem já foi preso outras 13. E adolescente então, que possui mais facilidades por conta da legislação, nem se fala”, lamenta o comandante.

Crime - A quadrilha fez o arrastão na lanchonete, furtou veículos, sendo um Prisma, uma Saveiro e um Captiva, além de casas onde havia um cofre com R$ 3,2 mil.

Durante a investigação, houve troca de tiros com a Polícia e o integrante da quadrilha, Renan Corrêa Camargo, 18 anos, morreu. Na casa da Vila Ipiranga, onde a quadrilha se escondia, a Rotac (Rondas Ostensivas Táticas da Capital) recuperou jóias, carros, duas motos e eletroeletrônicos.

Todos possuem passagem por roubo, furto e receptação. Agora responderão por roubo a mão armada, resistência e formação de quadrilha.

Quadrilha chegando na Depac Centro. Foto: Marcos Ermínio
Quadrilha chegando na Depac Centro. Foto: Marcos Ermínio
Cofre com R$ 3,2 mil levado de uma casa. Foto: Marcos Ermínio
Cofre com R$ 3,2 mil levado de uma casa. Foto: Marcos Ermínio
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