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Capital

Índios denunciam caos na saúde e ameaçam ocupar prédio público

Lidiane Kober e Filipe Prado | 13/01/2014 15:27
Índios cobram autonomia financeira de secretaria e afirmam que faltam medicamentos nas aldeias (Fotos: Marcos Ermínio)
Índios cobram autonomia financeira de secretaria e afirmam que faltam medicamentos nas aldeias (Fotos: Marcos Ermínio)

Alegando caos na saúde nas aldeias, índios cobraram, nesta segunda-feira (13), autonomia administrativa e financeira da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e ameaçam voltar a ocupar o prédio público se o governo não atendê-los. Em outubro no ano passado, eles ficaram 21 dias no local e a invasão resultou no pedido de exoneração do então chefe da pasta, Nelson Olazar.

Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul, Fernando Souza alega que o setor está em “situação de abandono nas aldeias”. “Em vez de ajudar, o governo está desorganizando, falta medicação, estrutura e nem transporte temos para casos de emergência”, informou.

Segundo ele, em 2013, o Governo Federal repassou ao Estado R$ 55 milhões para investir na saúde indígena. O conselho defende debate para redistribuir os recursos. “Por causa das nossas reclamações, até demitiram uma servidora da Sesai, que era nossa parceira”, comentou Souza. “Isso é retaliação”, acrescentou.

Com o intuito de chamar a atenção para o problema, hoje, cerca de 30 indígenas se reuniram no Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena). Da reunião, sairá uma carta que será encaminhada à Secretaria Nacional de Saúde Indígena, ao Ministério da Saúde e à presidente Dilma Rousseff (PT).

“No dia 20 de dezembro, fizemos uma reunião, elaboramos uma carta à Secretaria Nacional de Saúde Indígena, mas, até agora, nada mudou. Dependendo da resposta desta nova carta, o movimento pode invadir o prédio da Sesai”, avisou Fernando Souza.

De acordo com ele, o problema de saúde nas aldeias é realidade em todo o país. “Não é só aqui esta situação de abandono, pelos menos 16 outras manifestações já ocorreram Brasil afora, isso representa queixas em 50% do território nacional”, concluiu.

Prédio público pode ser ocupado por índios
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