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Capital

Índios falavam em guarani para debochar de professora, diz Prefeitura

Edmir Conceição | 01/09/2011 18:29

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) esclareceu, por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, que os três estudantes do EJA (Educação de Jovens e Adultos) foram repreendidos e receberam a ‘recomendação’ para que não conversassem em guarani dentro da sala de aula por estarem se aproveitando da situação para fazer deboche e falar da professora.

Segundo a Prefeitura, nesta sexta-feira os diretores da escola vão à Semed para reunião com especialistas da Secretaria para se orientarem na eventualidade de novos casos, já que não houve, segundo a direção da escola, ‘nenhum cerceamento’ à liberdade dos índios se expressarem em sua língua nativa. “A restrição foi imposta porque uma aluna, também de origem indígena, compreendia tudo que os alunos, que têm entre 20 e 23 anos, conversavam em guarani e contou à diretora do que se tratava.

De acordo com a Prefeitura, “eles [os índios] continuam tendo toda liberdade de se expressar na sua língua, mas na sala de aula, como não há nenhuma matéria específica ou disciplina, não há necessidade de travarem diálogos em guarani.

O caso - Três índios denunciaram que foram proibidos de falar o guarani nas dependências da escola municipal Nerone Maiolino, onde cursam o EJA .Os guarani-caiuá também foram obrigados a assinar um documento acatando a determinação. Um dos alunos é Laucídio Nelso. “Ele não sabia ler nem escrever e decidiu estudar”, conta Leda Rodrigues, esposa de Laucídio. O casal mora na aldeia Água Bonita, em Campo Grande.

A situação foi denunciada ao deputado estadual Pedro Kemp (PT), que ocupou a tribuna para anunciar que iria pedir explicações à secretaria municipal de Educação. “Os índios têm direito de falar a língua deles”, afirmou Kemp durante sessão na Assembleia Legislativa.

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