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Capital

Indústria "lança" resíduos de grafite e moradores reclamam no Jardim Anache

Há pelo menos dois anos situação se agravou e vizinhança da fábrica convive com sujeira diariamente

Lucia Morel e Marcos Maluf | 01/09/2020 19:10
Instalada há 16 anos no bairro, Sementes Ponto Alto promete resolver situação até dezembro, com instalação de mais filtros, como os da foto. (Foto: Silas Lima)
Instalada há 16 anos no bairro, Sementes Ponto Alto promete resolver situação até dezembro, com instalação de mais filtros, como os da foto. (Foto: Silas Lima)

Há pelo menos dois anos, moradores do Jardim Anache, norte de Campo Grande, sofrem com poeira de grafite que é “despejado” sobre as casas próximas a uma fábrica de beneficiamento de sementes, a Ponto Alto. A indústria promete, por sua vez, solucionar a situação até dezembro.

Moradora do bairro há três anos, Márcia, que é enfermeira e não quer o nome completo divulgado, afirma que os moradores já procuraram a empresa, que afirmou resolver o problema, mas nada foi feito. “É pó entrando em casa, impregnando tudo. Tem que limpar de meia em meia hora, parece até fuligem de fogo”, reclama.

Ela acredita em uma solução amigável com a indústria, instalada no local há pelo menos 16 anos, mas afirma que a cada dia que passa, a situação se torna mais insustentável. “O processo começa às sete da manhã e vai até às sete da noite  e às vezes domingo também tem. Não quero que a empresa feche, mas tem que haver uma solução”

Pés de moradores ficam completamente tomados pelo grafite. (Foto: Silas Lima)
Pés de moradores ficam completamente tomados pelo grafite. (Foto: Silas Lima)

Adailton de Souza tem 31 anos e é técnico de informática. Para ele, a indústria precisa interromper as atividades até solucionar o problema. “Tem vizinhos com problemas respiratórios e isso aí agrava muito”, ressalta.

Para Cícero Martins, 44, pedreiro, a limpeza tem que ser feita todos os dias para tirar os vestígios de grafite pela casa, onde moam ele, o filho e a esposa. “Meu filho é alérgico e temos que limpar a casa todos os dias, mas a poeira dele fica no ar e quando você junta fica igual carvão”, lamenta.

Segundo ele, em contato com a empresa, houve a promessa de instalação de filtros pata conter os resíduos, o que foi feito, “mas continua a mesma coisa”, disse. Conforme o morador, dois equipamentos foram instalados.

A auxiliar de padaria Sandra Cirilo, 38, nem pode mais lavar o uniforme do trabalho em casa, porque é branco e “se estendo a roupa, ela suja”, conta. Ao falar com a reportagem, somente no trajeto de duas quadras, seus pés e o do filho se enceram de “poeira preta” do grafite.

Casa sendo lavada e resíduos de grafite vão se acumulando. (Foto: Direto das Ruas)
Casa sendo lavada e resíduos de grafite vão se acumulando. (Foto: Direto das Ruas)

Em contato com a fábrica, o gestor de operações Eduardo Augusto informou que sabe dos problemas e que até dezembro o problema deve ser solucionado. Isso porque mais filtros estão sendo adquiridos, o que vai impedir a saída dos resíduos para a área externa da empresa.

Até agora dois equipamentos foram instalados e mais dois estão sendo implantados. Os demais seis devem chegar e começar a operar até o fim do ano. “Esperamos que com isso não haja mais esse incômodo”, sustenta, explicando que a poeira vermelha flagrada nesta tarde por morador, foi decorrente da necessidade de calibragem de um dos filtros que está sendo instalado.

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