Inquérito conclui que mulher instigou ex-marido a matar dono de lava a jato

A Polícia Civil encerrou o inquérito e concluiu que Nayara Aparecida Garcia da Silva, instigou o ex-marido, Joe Magnun Arce de Souza, ambos de 34 anos, a matar o empresário Luiz da Conceição Tierre, de 36 anos.

O crime aconteceu no lava-jato de Tierre, na Avenida das Bandeiras, em Campo Grande, na manhã do dia 27 de maio. No momento da execução, o eletricista Adriano Medeiros Pereira, de 33 anos, passava de motocicleta e morreu ao ser atingido por uma bala perdida.

Conforme a investigação policial, Tierre havia recebido cerca de R$ 60 mil em decorrência da venda de uma propriedade e Nayara, namorada dele, sabia disso. Depois da morte do empresário, o dinheiro sumiu e a única pessoa que teve acesso ao estabelecimento antes e durante o crime foi Nayara, que dormiu com a vítima, na noite que antecedeu o assassinato.

No dia do homicídio, ao ser questionada pelos policiais, Nayara afirmou não conhecer o atirador, com quem conviveu por 9 anos. Nayara e Joe têm incomum uma filha, de 8 anos. Outra questão que levantou suspeita da polícia foi que o filho de Nayara, de 15 anos, escondeu a arma que ela chegou a pegar no dia do crime. Pistola 380 que pertencia a Tierre. O adolescente também mentiu, em depoimento, sobre conhecer Joe. Ele disse que mentiu e escondeu a arma a pedido da mãe.

Na noite que antecedeu o crime, Nayara dormiu com a vítima no lava a jato, enquanto Joe dormiu na casa da mulher onde estava o filho dela, de 15 anos. O garoto presenciou parte do duplo homicídio e ficou a poucos metros do autor, segundo a polícia.

Outra informação, repassada aos policias por testemunhas, foi de que no dia anterior à morte de Tierre, Nayara saiu pela manhã do lava a jato e retornou apenas à noite, não cumprindo a jornada de trabalho. Ela justificou a ausência dizendo que havia saído para resolver pendências referente a uma herança.

Indagada novamente na delegacia, Nayara confirmou ter ordenado ao filho que retirasse a arma de fogo do lava a jato e levada para a sua casa. Porém, referente ao dinheiro, ela sustentou ter entregue, na sua totalidade, a outra funcionária, que ao ser ouvida na delegacia, negou. A testemunha disse que recebeu a bolsa, que pertencia a Tierre, mas com a quantia de apenas R$ 340.

Em depoimento na 5ª Delegacia de Polícia Civil, Joe disse que matou Tierre porque era humilhado e ameaçado de morte pelo empresário. Joe foi preso no fim da manhã do dia 28 de junho, numa chácara de familiares de Nayara, dentro do balneário Atlântico. A arma utilizada no duplo homicídio, um revólver calibre 38, também foi apreendida na ocasião.

O inquérito foi encerrado e liberado ontem (8) para apreciação do Poder Judiciário e do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul. A princípio Nayara foi indiciada por porte irregular de arma de fogo, corrupção de menor e furto qualificado pelo abuso de confiança.