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Capital

Intoxicação em escola pode ser por alimento e manipulação, diz especialista

Paula Maciulevicius e Marta Ferreira | 28/09/2011 20:16

Gastroenterologista infantil sustenta que cardápio tem todos os grupos alimentares e no caso a salsicha substituiu a carne, mas recomenda moderação

Grande número de crianças com os mesmos sintomas indicam intoxicação alimentar no caso de escola municipal, em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)
Grande número de crianças com os mesmos sintomas indicam intoxicação alimentar no caso de escola municipal, em Campo Grande. (Foto: Simão Nogueira)

O caso de intoxicação que levou 180 crianças a passarem mal na tarde de terça-feira na escola municipal Iracema Maria Vicente, no bairro Rita Vieira, em Campo Grande, pode ter relação tanto com os alimentos quanto com a manipulação deles. A afirmação é da médica gastroenterologista infantil Marcela Barbosa Correia de Farias.

“A contaminação pode estar no alimento, mas também em quem manipulou. Para combater é importante higienizar principalmente as mãos e cuidar com a conservação”.

Segundo a especialista, o episódio foi de intoxicação alimentar principalmente pelo número de crianças. “Nunca ouvi falar de um número tão grande assim aqui”, considerou Marcela Correia.

A médica explica que o mal estar se manifesta logo nos primeiros 40 minutos ou até chegar uma hora, conforme o começo da digestão dos alimentos. No caso da escola municipal, o problema começou por volta das 14h30, quando as crianças começaram a ter os sintomas.

Mais de 10 equipes dos bombeiros e do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) foram envolvidas. Na escola, o clima foi de pânico com pais e parentes das crianças chegando a todo o momento em busca de informações.

As causas do mal estar ainda estão em investigação. A suspeita envolve as refeições oferecidas, uma delas com arroz, feijão, salada de repolho com tomate, farofa de ovo e salsicha, e a outra com gelatina e banana – a água que beberam e ainda a suspeita de sabotagem. Outra hipótese, menos provável, é uma virose tenha sido a causa.

Aluno sai passando mal, acompanhado da mãe, na tarde de ontem, de escola no Rita Vieira. (Foto: Simão Nogueira)
Aluno sai passando mal, acompanhado da mãe, na tarde de ontem, de escola no Rita Vieira. (Foto: Simão Nogueira)

Para gastroenterologista infantil a causa dos sintomas da intoxicação podem ser microorganismos patogênicos, toxinas microbianas ou ainda em uma hipótese mais remota, um vírus. A gravidade dos sintomas depende do tipo de microorganismo e da reação em cada pessoa.

“Por isso algumas crianças ficaram debilitadas mais do que outras, mas a agressão foi a mesma para todos”, diz.

A salsicha é o ingrediente que mais chama a atenção no cardápio servido na escola, mas o caso é comum. Segundo a médica é habitual atender crianças intoxicadas por lanches em festinhas infantis.

Ainda de acordo com a gastroenterologista infantil, a combinação da refeição servida, de salsicha e ovo, pode não ter nada a ver. Ela ainda avaliou que o cardápio tem todos os grupos alimentares, carboidrato, proteína, legumes, verduras.

“Neste caso a salsicha substitui a carne”, acrescenta Marcela Correia.

O período para o organismo se recompor de uma intoxicação alimentar vai de sete até 10 dias. E a orientação aos pais é alimentar as crianças com coisas leves, evitar leite, derivados, fritura e refrigerante. Conforme a médica, o leite pode potencializar a reação.

Como gastroenterologista infantil, ela orienta ainda para evitar alimentos como a salsicha frequentemente. “Culturalmente é inviável proibir, então a indicação é evitar que seja frequente. Uma vez por semana, uma vez a cada 15 dias”, finaliza.

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