Investigação apontará culpados, mas deve ir até o fim do ano, prevê CGU
A análise do material apreendido, que vai reforçar as denúncias da operação Lama Asfáltica, será concluída até o fim do ano. Passados 35 dias da ação que cumpriu mandados de busca em empresas, casas de empreiteiros, na mansão de ex-secretário Edson Giroto e na Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura), o chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), José Paulo Barbiere garante que “nada está parado”.
Segundo ele, o trabalho é moroso, detalhado e envolve muitos recursos. “A gente trabalha e tenta desenvolver do melhor jeito possível. Todos os processos envolvidos no âmbito da operação serão avaliados”, afirma Barbiere, que participou hoje de evento no MPE (Ministério Público do Estado).
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Já foram analisados contratos de R$ 45 milhões, relativos à construção do aterro sanitário de Campo Grande, pavimentação da avenida Lúdio Martins Coelho, também na Capital, e do lote 2 da MS-430, ligação entre São Gabriel do Oeste e Rio Negro. Neste contratos, sendo dois executados pela Proteco Construções Ltda, foram identificados prejuízos de R$ 11 milhões. João Amorim, dono da empresa, é apontado como líder do esquema de fraudes que envolvia servidores e parte da cúpula da ex-gestão estadual.
Na lista dos materiais apreendidos estão contratos do Aquário do Pantanal e a MS-040. Inaugurada em dezembro do ano passado, a MS-040 teve investimento de R$ 300 milhões para ligar Campo Grande a Santa Rita do Pardo. O trecho de 210 quilômetros foi dividido em dez lotes. Os de número 1 e 2 foram executados pela Proteco, que firmou contratos de R$ 45,3 milhões com o governo do Estado.
A Proteco entrou na obra do Aquário do Pantanal em março do ano passado. A justificativa foi reforçar as equipes da Egelte Engenharia, que venceu a licitação em fevereiro de 2011, com proposta de R$ 84 milhões.
O mutirão era para agilizar a construção e entregar o empreendimento em outubro de 2014, prazo que não foi cumprido. O Aquário do Pantanal segue inacabado e o valor final deve superar R$ 230 milhões. A operação Lama Asfáltica foi realizada em 9 de julho pela PF (Polícia Federal), CGU e Receita Federal. Somente quase um mês depois o MPE criou força-tarefa de promotores para investigar as denúncias.