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Capital

Jamilzinho é condenado por extorsão e vai pagar R$ 1,7 milhão a empresário

A 2ª Vara Criminal absolveu o ex-vereador Ademir Santana Delmondes

Aline dos Santos | 01/07/2022 09:47
Em 2019, José Carlos foi ao Garras e se emocionou ao contar como perdeu casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Em 2019, José Carlos foi ao Garras e se emocionou ao contar como perdeu casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Preso na operação Omertá, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado por extorsão e deve pagar indenização de R$ 1,7 milhão para o empresário José Carlos de Oliveira, forçado a entregar imóvel em Campo Grande. Já o ex-vereador Ademir Santana Delmondes (PSDB) foi absolvido.

A casa, no Bairro Monte Líbano, abrigava arsenal apreendido pela polícia em 19 de maio de 2019, fio da meada da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros ).

A decisão da 2ª Vara Criminal foi publicada na edição de hoje do Diário da Justiça. Jamil Name Filho foi condenado a 12 anos e oito meses por crime de extorsão (constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica). Ele foi absolvido de denúncia de lavagem de dinheiro. Para a Justiça, não houve prova da existência desse fato.

O ex-vereador Ademir Santana, Benevides Cândido Pereira (apontado como auxiliar financeiro “office boy” dos Names) e Euzébio de Jesus Araújo (conhecido como Nego Bel e que negociou fuzil dentro de cela) foram absolvidos do crime de extorsão.

Ex-vereador Ademir Santana foi absolvido da denúncia de extorsão. (Foto: Arquivo)
Ex-vereador Ademir Santana foi absolvido da denúncia de extorsão. (Foto: Arquivo)

O crime foi investigado na quinta fase da operação Omertà, realizada em 7 de outubro de 2020 e batizada de “Snowball”. O nome é alusivo à bola de neve que envolveu a vítima, que fazia novos empréstimos para pagar os anteriores.

À época dos fatos, em 2016, Ademir Santana trabalhava como motorista e segurança de Jamil Name e Name Filho. Conforme a denúncia, Ademir foi à casa de José Carlos, a mando dos patrões, e determinou que o empresário e a esposa deveriam acompanhá-lo para falar com Jamil Name. “O que foi feito ante a ameaça velada ocorrida naquele momento”, diz o documento do Gaeco.

Ademir Santana disse hoje ao Campo Grande News que não foi comunicado da decisão, mas destacou a confiança na Justiça. “Tinha consciência que nunca fiz nada disso e a prova está aí, nessa absolvição”.

O advogado Luiz Gustavo Bataglin Maciel, que representa Jamil Name Filho,  declarou que vai estudar a decisão. “Em seguida, recorrer ao tribunal para que corrija eventuais equívocos interpretativos perpetrados pelo magistrado de primeiro grau”.

Jamil Name Filho foi preso em 2019 na operação Omertà. (Foto: Reprodução)
Jamil Name Filho foi preso em 2019 na operação Omertà. (Foto: Reprodução)

Maciel também comentou a absolvição da denúncia de lavagem de dinheiro. “Tinha convicção da absolvição de Jamil Name Filho nesse caso, visto que, no meu entender, ficou provado que ele foi vítima e não autor desse crime”.

De acordo com Rhiad Abdulahad, que atua na defesa de José Carlos, a condenação criminal foi um grande alivio e afirma que o cliente sofreu durante anos de sua vida com “extorsões ocorridas de forma aterrorizante”.

Sobre a indenização, o advogado lembra que existe uma ação na esfera cível e o valor de R$ 1.736.000,00 é o saldo mínimo indicado pelo magistrado do juízo criminal, não sendo o valor total.

“Eis que isso o deverá ser feito no Juízo Cível. Lá os valores utilizados para chegar ao montante acima apresentado deverão ser corrigidos monetariamente, e sofrer a incidência de juros desde a data do fato. Além disso, lá poderão ser contabilizadas as lâminas de cheque compensadas por terceiros”.

O Campo Grande News deixa o espaço aberto para manifestação da defesa dos demais citados.

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