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Capital

Jovens cumprem jornada de até 14 horas de estudos por dia para o Enem

Filipe Prado | 18/05/2014 09:26
Jovens cumprem jornada de até 14 horas de estudos por dia para o Enem

Com 14 horas de estudos diários, alunos que irão prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) já começaram a se preparar para o exame que acontece nos dias 8 e 9 de novembro deste ano. Depois de denuncias sobre a correção das provas, eles avaliam que tudo ficará mais complicado e a pressão dos pais vai dificultar ainda mais a situação. As inscrições para o Enem começaram dia 12 e vão até a próxima sexta-feira (23).

Se preparando para tentar uma vaga no curso de Medicina, Kathelen Cristina Chagas Insaurralde, 18 anos, e Wellyngton Matheus Souza Santiago, 19, estudam 14 horas por dia. Além do cursinho, eles também estudam em casa.

“Como hoje é em nível nacional, isso nos atrapalha, por que a competição é maior. Temos que estudar mais, se cobrar mais”, comenta Wellyngton. Ele explica que para ter uma chance de entrar no curso é necessário estudar no mínimo oito horas diárias. “Tem gente que estuda três vezes mais que a gente”.

Kathelen também está no ritmo do exame. A estudante, que ficou dois meses no curso de Engenharia Química, mas desistiu para tentar Medicina, começou a morar em Campo Grande para se dedicar aos estudos. “Desde o começo do ano estamos estudando. Temos que se preparar desde agora, porque temos que revisar tudo o mais rápido e o melhor possível”, explica.

A cobrança maior do Governo coloca mais pressão sobre os estudantes. “Eles querem um nível maior dos estudantes, pois muitos que entram estão em um nível baixo. Então agora acho que a prova será mais difícil”, desabafa Wellyngton.

Mas não são somente os estudantes que pretendem cursar Medicina que estão mais preocupados. As alunas do Ensino Médio Rafaela Rodrigues Mencia, 16, Janaina Aquino Alves, 18, Nathállya Cavalcante de Souza, 16, estão mais preocupadas em conciliar a escola com o cursinho, além de administrar a cobrança dos pais.

“Estamos muito nervosas. A pressão está grande, principalmente dos pais. Também temos que ir bem na escola e nos cursos complementares”, reconhece Rafaela.

Kathelen e Wellyngton estudam cerca de 14 horas por dia (Foto: Marcelo Victor)
Kathelen e Wellyngton estudam cerca de 14 horas por dia (Foto: Marcelo Victor)

Elas têm rotinas bem semelhantes. De manhã vão para a escola, onde cursam o 3º ano do ensino médio, à tarde, elas precisam estar no cursinho, para se prepararem para o Enem, e em casa as três procuram revisar as matérias. "Estudamos a matéria do dia e vemos o que temos mais dificuldade. Ficamos cerca de três horas estudando em casa ou até aguentarmos”, relata Janaina.

Por outro lado, a cobrança maior dos pais se tornou motivação para Nathállya, que pretende cursar Engenharia de Produção. “Eles querem que eu faça medicina. Não me apoiam. Mas por um lado isso é bom, pois me motiva a passar”, apontou a estudante.

Mas, de acordo com Janaina, o medo delas não é aguentar a correria dos estudos. “O pior medo é não passar”, constata.

Enem - Segundo o MEC (Ministério da Educação), o valor da inscrição é R$ 35, mas estão isentos do valor alunos da rede pública e pessoas que tenham renda familiar de até 1,5 salário mínimo. O valor tem que ser pago até o dia 28 de maio.

A nota do Enem é usada no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) que em Mato Grosso do Sul é usado integralmente por três universidades. A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

O ProUni (Programa Universidade para Todos) também utiliza a nota do Enem e é uma das maneiras de entrar em universidades particulares do Estado. Na Capital, universidades como a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Anhanguera-Uniderp, FCG (Faculdade Campo Grande) e a Iesf (Instituto de Ensino Superior da Funlec) também utilizam a nota do Enem ou o ProUni como método de seleção.

As inscrições e mais informações sobre o exame podem ser obtidas no site.

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