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Capital

Juiz mantém presos quatro suspeitos de esquartejamento filmado

À imprensa, após as prisões no fim de semana, 3 criminosos assumiram a execução, mas a polícia aponta a participação de uma quarta pessoa

Anahi Zurutuza e Guilherme Henri | 21/08/2017 11:10
Três dos presos, que segundo a polícia têm ligação direta com a execução (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Três dos presos, que segundo a polícia têm ligação direta com a execução (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O juiz Ariovaldo Nantes Correa decidiu manter presos preventivamente quatro suspeitos de envolvimento na execução filmada de Fernando Nascimento dos Santos, de 22 anos. Para as audiências de custódia, na manhã desta segunda-feira (21), a segurança no Fórum de Campo Grande foi reforçada.

A Polícia Civil só havia divulgado a prisão de três homens apontados como executores do esquartejamento filmado.

Conforme informou a polícia em entrevista coletiva, Uesley de Oliveira Rodrigues, o “Mascote”, de 23 anos, Wellington Ferreira de Souza, o “Dedinho”, 24, e Danilo Richeli da Silva Fernandes, conhecido como “Mil Grau”, 18, foram presos no fim de semana. Mas, agentes investigavam a participação de seis pessoas.

Quarto envolvido – As suspeitas também recaem agora também sobre Paulo Danilo Correa da Silva, que estava no mesmo local onde os outros três foram presos em flagrante. Ele nega que esteja envolvido no homicídio e disse que estava no imóvel das Moreninhas para comprar droga.

“Eu fui lá só pegar um brau [sic] e aí tão falando que eu tenho envolvimento. Mas, eu não tenho envolvimento com isso aí não [homicídio], os próprios caras falou [sic] isso para a polícia”, disse ao magistrado, durante a audiência.

O juiz rebateu, entretanto, e disse que há indícios do envolvimento dele e por isso, o manteria preso. “Mas porque estão me prendendo?”, chegou a questionar o suspeito, que recebeu a mesma resposta de Nantes Correa.

Os outros três suspeitos, quando perguntados, admitiram estarem presos por supostamente participarem do assassinato. Um deles, Danilo Richeli, foi bem enfático.

Quando o magistrado questionou por qual crime ele havia sido pego pela polícia, ele respondeu: “por esquartejamento”.

Fernando Nascimento dos Santos, 22 anos, antes da execução em vídeo que circula pela internet (Foto: Reprodução)
Fernando Nascimento dos Santos, 22 anos, antes da execução em vídeo que circula pela internet (Foto: Reprodução)

Segurança e transferência – Todos eles já foram presos por outros crimes e disseram ter profissão, mas que estavam desempregados. A eles não foi perguntado sobre fazerem parte do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que disputa poder no Brasil com o Comando Vermelho.

Os quatro presos são representados pela Defensoria Publica e foram levados em seguida para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros).

Para as audiências de custódia, a segurança foi reforçada e os quatro presos chegaram ao Fórum algemados e escoltados por policiais que portavam armas de grosso calibre. Antes de serem ouvidos, outras quatro pessoas presas em flagrante conversaram com o juiz, mas não precisaram de algemas, por exemplo.

Nem o magistrado e nem os policiais envolvidos na escolta explicaram o motivo do grupo não ter sido transferido para o Presídio de Trânsito, procedimento de rotina, por enquanto. Mas, em geral, quando o suspeito é mantido numa delegacia, é porque os responsáveis pela investigação precisarão ouvi-los novamente.

Fora do presídio, também fica mais fácil de impedir o contato dos suspeitos com outros integrantes de facções.

Crime - A execução de Fernando foi grava pelos suspeitos, que afirmam pertencer ao PCC. O vídeo tem um minuto e 43 segundos.

No início da filmagem, o jovem aparece sentado em uma cadeira. Aparentemente dopado, ele não esboça reação, enquanto um homem, com o rosto coberto por um capuz, se aproxima com uma faca nas mãos.

Ao fundo da gravação alguém diz: “ao Primeiro Comando da Capital, esse recado aqui vai pra todos os lixo que se encontra aí no nosso Estado, aí aonde for aí, nóis vai mata tudo, entendeu? esse daqui vai um recado, entendeu? Nosso, o Primeiro Comando da Capital, família 1533, entendeu? P*** [sic]”. A sequência da filmagem traz a execução.

Em outro vídeo com pouco mais de 15 segundos, o mesmo jovem aparece sentado em uma cadeira, aparentemente dopado, e diz: “peço desculpa a todo o PCC, que eu conheci o verdadeiro crime agora, não igual aqueles lixo lá. Tamo junto, agora com o 1533 (sic)”.

A cabeça de Fernando foi cortada com ele ainda vivo e o corpo esquartejado foi encontrado na rua Engenheiro Paulo Frontim, 150 metros do anel viário, no Jardim Los Angeles - bairro do sul de Campo Grande - no fim da manhã de quarta-feira passada, 16 de agosto.

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