ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Juiz nega pedido de prisão feito por família de advogada morta em acidente

Defesa da vítima pediu que a liberdade João Pedro fosse reconsiderada

Geisy Garnes | 17/11/2017 18:34
João Pedro se apresentou a polícia no dia 4 de novembro e foi liberado dois dias depois (Foto: André Bittar)
João Pedro se apresentou a polícia no dia 4 de novembro e foi liberado dois dias depois (Foto: André Bittar)

O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, negou o pedido da família Carolina Albuquerque Machado para que o estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, responsável pelo acidente que matou a advogada, voltasse a ser preso. Na decisão, o magistrado afirmou que o recurso não tem legitimidade.

O documento foi enviado ao juiz no dia 10 de novembro, em nome do filho da advogada, de 3 anos e oito meses, representado pelo pai. A família afirmou não concordar com a decisão que revogou a prisão preventiva de João Pedro e pediu que ele voltasse a prisão para “garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal”.

A defesa da família, feita pelo advogado Préslon Barros Manzoni, lembrou no documento o acidente que o estudante se envolveu em janeiro deste ano, os dados excluídos do celular “para obstruir o trabalho da justiça” e ainda reforçou os depoimentos de testemunhas que afirmaram os sinais de embriaguez que João Pedro apresentava no dia do acidente.

O pedido ainda ressaltou que minutos antes da colisão o acadêmico foi visto em alta velocidade, realizando ultrapassagens perigosas, que quase causaram acidentes. Com esses argumentos, a defesa pediu a reconsideração da decisão que revogou a prisão preventiva João Pedro.

“A judiciário deve apresentar uma resposta que causa na sociedade, segurança e certeza de que o Estado não tolera e não permite impunidade em situação semelhante”. Nesta quinta-feira (16), o juiz negou o pedido e alegou que o processo ainda está investigação policial. “Por ausência de legitimidade. Não admito o recurso em sentido”.

Carro que Carolina seguia com o filho no banco de trás ficou com a lateral destruída (Foto: Direto das Ruas)
Carro que Carolina seguia com o filho no banco de trás ficou com a lateral destruída (Foto: Direto das Ruas)

Caso - Carolina voltava de um encontro com as amigas, quando teve o VW Fox que seguia atingido pela caminhonete, conduzida por João Pedro, que segundo a Polícia de Trânsito, trafegava em torno de 160 km/h e tinha como passageiro o irmão de 21 anos. Após a batida, o rapaz fugiu a pé sem prestar socorro. O filho de Carolina, de 3 anos e 8 meses, que seguia na cadeirinha no banco traseiro fraturou a clavícula e precisou ser internado.

João Pedro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia seguinte ao crime, mas só se apresentou na tarde do dia 4 de novembro. O rapaz passou o fim de semana em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, mas teve o pedido de prisão revogado e na segunda-feira (6) foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 50,5 mil.

O acadêmico está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e precisou se comprometer a aparecer mensalmente em juízo. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil que espera laudos de local e câmeras de segurança que flagraram o acidente e ainda apura o “sumiço” de todos os dados do telefone do acusado.

Assim como João, toda a família dele deletou as redes sociais. “Apagar dados do celular e a rede social de toda a família dá a impressão que o ato foi coordenado”, explicou o delegado Geraldo Marim, responsável pelo caso. Por sua vez, o acadêmico justificou à polícia, que havia perdido o telefone e resolveu apagar tudo porque no aparelho continha dados pessoais. No entanto o aparelho foi apreendido no dia do crime, dentro da caminhonete.

Em depoimento, o estudante negou ter sido orientado a fugir pelo pai, como relatado pelas testemunhas desde o início das investigações. Ele afirmou ainda que não estava bêbado e que só não aguardou a chegada da polícia porque entrou em pânico, pois as pessoas passaram a chamá-lo de assassino.

Nos siga no Google Notícias

Veja Também