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Capital

Laboratórios particulares são interditados e têm exames para covid-19 suspensos

Ação foi realizada após Vigilância Sanitária constatar falsos resultados positivos para doença

Jones Mário | 04/05/2020 12:21
Incorreção nos resultados de exames levou Vigilância Sanitária a interditar laboratórios (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Incorreção nos resultados de exames levou Vigilância Sanitária a interditar laboratórios (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Equipes das Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal interditaram e suspenderam a realização de exames para covid-19 em dois laboratórios particulares de Campo Grande.

A reportagem do Campo Grande News apurou que os alvos da operação foram unidades da Multilab, da rede Di Imagem.

Em transmissão ao vivo na manhã desta segunda-feira (4), o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende, disse que um dos laboratórios foi interditado e tem sete dias para se adequar às exigências da Vigilância Sanitária.

O outro está impedido de fazer exames para identificar contaminação por novo coronavírus, seja por biologia molecular, seja imunológico (teste rápido).

“Forneceram exames que não estavam dentro dos padrões exigidos pela SES. Muitos deram falsos positivos, quando a gente sabe e a literatura aponta que os exames, principalmente os testes rápidos, há grande percentual de falsos negativos. Estou pedindo ao nosso jurídico para tomar todas as providências”, disse Resende.

Na semana passada, a Vigilância Sanitária foi até unidade da Di Imagem após verificar que, conforme os dados repassados à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), um a cada dois testes realizados acusava positivo, ou seja, metade dos exames. Hoje, a taxa no Estado é de aproximadamente um positivo a cada dez amostras.

A SES explica que, para entrar nas estatísticas, o teste usado no diagnóstico precisa ser validado pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). Só o registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não basta.

Profissionais da área ouvidos pela reportagem confirmaram que algumas marcas de exames são pouco confiáveis. Em média, os laboratórios privados da Capital cobram R$ 250,00 pelo teste.

A reportagem tentou contato com laboratórios Multilab e rede Di Imagem, mas não obteve retorno até a publicação do texto.

Ampliação da testagem - O secretário de Estado de Saúde recomendou procura pelos exames na rede pública.

“Temos exames suficientes. Haveremos de receber novos exames do ministério da Saúde. Há condição de ofertar”, salientou.

Em Campo Grande, o drive-thru de exames para covid-19 ampliou capacidade de 60 para 100 exames diários, a partir de hoje.

Três Lagoas passará a fazer 30 testes por dia, cinco dias na semana. Dourados já realiza 30 agendamentos diários, três vezes por semana.

O drive-thru chega a Corumbá na próxima segunda-feira (11), segundo Geraldo Resende. O treinamento para as equipes locais será realizado no fim de semana. O telefone para agendamento ainda será divulgado.

Unidade sentinela - Resende adiantou ainda que a SES vai passar a coletar 10 exames por semana na aldeia Jaguapiru-Bororó, de Dourados, a fim de identificar a circulação de vírus respiratórios - principalmente o SARS-CoV2, que provoca a covid-19 - na população indígena do Estado.

“Serão testados indígenas que tenham síndrome gripal. Caso tenhamos um caso só nas aldeias, teremos que tomar medidas urgentes. É uma população vulnerável”, admitiu o titular da SES.

Coronavírus - A SES confirma 274 casos em Mato Grosso do Sul, além de dez mortes, até esta segunda-feira. Outros 50 ocorrências estão em investigação.

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