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Cidades

Para detectar corona, 3 tipos de testes analisam genética do vírus e anticorpos

Rede pública de Mato Grosso do Sul analisa amostras de secreção respiratória; laboratórios e farmácias em geral testam o sangue

Maressa Mendonça | 01/05/2020 09:21


Coleta de secreção respiratória feita em drive thru em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Coleta de secreção respiratória feita em drive thru em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)


Uma das principais armas contra o coronavírus é a testagem. Quanto mais pessoas submetidas aos testes da covid-19, mais rápido o tratamento, menor o risco de agravar o quadro e maiores são os indicativos para definir medidas de isolamento ou flexibilização de atividades econômicas. Mas há muita diferença entre os 3 tipos de testes oferecidos hoje as pessoas com suspeita de coronavírus.

Na rede pública de Mato Grosso do Sul, em geral utilizam o RT-PCR que analisa amostras de secreção respiratória, o único considerado padrão ouro. As farmácias devem trabalhar com avaliação do sangue do paciente e laboratórios e clínicas, em geral, têm os três tipos de teste: rápido, sorológico e o PCR.

O diretor do Laboratório Central de Saúde Pública de MS, Luiz Henrique Demarchi explica que no Lacen são analisadas amostras de secreção respiratória por meio do exame conhecido como PCR, o de resultados mais precisos nesta pandemia. “São testes de biologia molecular que a fazem detecção do material genético do vírus”, resume.

Segundo ele, o PCR é utilizado geralmente até o 7º ou 8º dia a partir do início dos primeiros sintomas da doença. “É quando a gente consegue detectar o material genético do covid-19 que é o RNA”.

A grande diferença deste teste em relação ao rápido e ao sorológico é que ele não depende de uma resposta do paciente, ou seja, não tem relação com a produção de anticorpos. “É uma exame de alta complexidade  que vai detectar a presença do material genético do vírus no corpo. Faço uma detecção, uma contagem do material e falo se está detectado ou não o vírus naquela amostra”.

Esse tipo de exame também tem sido realizado em clínicas e laboratórios particulares. Em Campo Grande, os valores começam a partir de R$ 210 e podem chegar a R$ 450. Funcionária do Labclin, Valéria Rodrigues Furtado explica que no local onde trabalha são feitos os três tipos de exame.

Kit de teste rápido que pode ser feito em farmácia (Foto: Henrique Kawaminami)
Kit de teste rápido que pode ser feito em farmácia (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo Valéria, para fazer o PCR é necessário apresentar pedido médico. Os resultados ficam prontos a partir de três dias e são devolvidos ao paciente com formulário que deve ser devolvido ao profissional que solicitou.

Sorológico e teste rápido - O tempo até a entrega do sorológico é o mesmo. Neste tipo de exame o que é avaliado é a quantidade de anticorpos no paciente. Segundo Valéria, os resultados são detalhados e informam a fase da infecção, se recente ou inexistente.

A lógica é semelhante a do teste rápido que também analisa amostras de sangue para verificar a presença de anticorpos. Esse é outro problema desse tipo de exame. Ocorre que muitos não desenvolvem anticorpos detectáveis mesmo com a covid-19, principalmente aquelas pessoas que apresentam quadros com sintomas leves ou não apresentam nenhum sintoma, algo muito comum com o coronavírus.

Esse é o maior risco para quem investe em um teste rápido também, que assim como o sorológico usa amostra de sangue. São estes testes que poderão ser feitos em farmácias, conforme autorização dada pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) na terça-feira (28), sem a necessidade de pedido de um médico. Como no teste de sorologia, se for feito fora do período indicado pode resultar num resultado falso negativo.

O Ministério da Saúde aponta que os testes rápidos apresentam uma taxa de erro de 75% para resultados negativos, o que pode gerar insegurança e incerteza para interpretar um resultado negativo e determinar se o paciente em questão precisa ou não manter o isolamento social.

Farmácias só podem fazer testes liberados pela Anvisa (Foto: Henrique Kawaminami)
Farmácias só podem fazer testes liberados pela Anvisa (Foto: Henrique Kawaminami)

Os testes rápidos são similares aos que detectam gravidez. É usada uma lâmina de nitrocelulose (uma espécie de papel) que reage com a amostra e apresenta uma indicação visual em caso positivo.

O vice- presidente do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Renato Finotti Júnior, explica que para oferecer o serviço as farmácias deverão seguir algumas normas, conforme nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde.

“Ter espaço específico para testagem, disponibilizar álcool em gel e máscara para pacientes que não têm. Os testes também terão de ser executados por profissional de saúde, no caso o farmacêutico, com kits seja os que estão na lista da Anvisa aprovados para serem usados no Brasil”, pontuou.

Finotti lembrou que, os pacientes devem ficar atentos em relação ao período de início dos sintomas porque os resultados levam em conta a produção de anticorpos.

“Se você acabou de sentir os primeiros sintomas e for fazer o teste muito provavelmente o resultado vai ser um falso negativo porque não deu tempo de o organismo produzir anticorpos”.

Ele orienta o prazo de 7 a 10 dias desde o início dos sintomas para o paciente procurar a farmácia e fazer o teste. “Quanto mais tempo você demora para fazer o teste aumenta a possibilidade de um resultado mais fidedigno”, declarou.

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