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Capital

Liminar não é cumprida e pacientes sofrem internados na UPA Leblon

“Enquanto minha mãe não sair, vou ficar aqui”, afirma o consultor comercial André Luiz de Oliveira

Aline dos Santos e Ronei Cruz | 12/07/2019 13:50
UPA deve receber pacientes por até 24 horas, mas internação já dura dias. (Foto: Ronei Cruz)
UPA deve receber pacientes por até 24 horas, mas internação já dura dias. (Foto: Ronei Cruz)

A decisão da Justiça determinando imediata transferência de Anisia da Silva de Oliveira, 70 anos, da UPA Leblon (Unidade de Pronto Atendimento) para hospital não foi cumprida pela prefeitura de Campo Grande e a família segue na batalha em busca de atendimento correto para a paciente. “Enquanto minha mãe não sair, vou ficar aqui”, afirma o consultor comercial André Luiz de Oliveira.

A internação na UPA completa uma semana nesta sexta-feira (dia 12), apesar de o CFM (Conselho Federal de Medicina) orientar que a permanência seja de apenas 24 horas. Na última quarta-feira (dia 10), a pedido da Defensoria Pública, a juíza Elisabeth Rosa Baisch concedeu a liminar. A ordem foi para imediata transferência de Anisia para unidade hospitalar pública ou vaga na rede privada.

De acordo com André, a Defensoria informou que a decisão seria cumprida até às 11h de hoje, mas o prazo acabou e a idosa segue internada na UPA Leblon. “Nas condições em que está, não sei o que pode acontecer com ela”, lamenta o filho.

Nesta sexta-feira, a Defensoria Pública entrou com nova ação pedindo a transferência para UTI na rede particular e bloqueio de R$ 30 mil. Anisia, que faz tratamento para doença de Chagas, sofreu queda na última sexta-feira (dia 5), bateu e cortou a cabeça. Na UPA, fez o exame de raio-x, mas ainda não conseguiu exame de tomografia.

Segundo o filho, o quadro é batimentos cardíacos alterados e baixa imunidade. A paciente está no setor de emergência, com a classificação 2 (urgente, mas sem risco iminente de morte). “Ela precisa urgentemente de cardiologista”, diz o filho.

O drama de André se repete na entrevista da aposentada Ruth da Silva Botini Castro, 47 anos, que acompanha o marido, internado há seis dias na UPA Leblon. “Ele está com câncer no pulmão e não tem como tratar aqui. A médica disse que se não tirar ele daqui, vai morrer. Precisa de cirurgia e exames”, afirma Ruth.

A Justiça também concedeu liminar no último dia 10 para transferência do paciente Roberto Carlos de Souza Castro, 49 anos, esposo de Ruth. Mas ele segue internado na UPA.

A Sesau informou que os pacientes está em processo de regulação e neste momento não há disponibilidade de leitos. Segundo a secretaria, os casos estão sendo tratados como prioridade e está em contato direto com os hospitais para dar mais celeridade na transferência.

"É importante reforçar que apesar da necessidade de transferência para uma unidade hospitalar, a paciente está recebendo toda a assistência necessária possível, sendo assistido pela equipe de médicos e enfermeiros da unidade."

André recorreu à Justiça, mas não consegue transferência da mãe para hospital. (Foto: Ronei Cruz)
André recorreu à Justiça, mas não consegue transferência da mãe para hospital. (Foto: Ronei Cruz)
"A médica disse que se não tirar ele daqui, vai morrer", diz Ruth sobre drama do marido. (Foto: Ronei Cruz)
"A médica disse que se não tirar ele daqui, vai morrer", diz Ruth sobre drama do marido. (Foto: Ronei Cruz)
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