Livros, poesia e música transformam a Praça Ary Coelho em palco cultural
Evento do IHGMS celebra o Dia Nacional do Escritor com distribuição de 2 mil obras nesta sexta-feira
Com poesia, apresentações musicais, danças e distribuição de livros, a Praça Ary Coelho "ganhou novas cores" nesta sexta-feira (22). Quem passava pelo local e não resistiu fez uma pausa na correria do dia a dia para apreciar a ação promovida pelo IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de MS).
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Em comemoração ao Dia Nacional do Escritor, celebrado em 25 de julho, o Instituto Histórico e Geográfico de MS promoveu um evento cultural na Praça Ary Coelho. A iniciativa distribuiu 2 mil livros de dez autores sul-matogrossenses, além de oferecer apresentações musicais, declamação de poesias e dança. O objetivo foi incentivar a leitura e valorizar a produção literária regional. Escritores locais, como Carmen Lucia Andrade, autora de "Entrelaço Poético" e do infantil "Lilica, a Galinha Árvore", participaram da ação. A idealizadora do evento, Iolete Moreira, destacou a importância de aproximar autores e leitores, criando novos públicos para a literatura. A distribuição gratuita de livros busca democratizar o acesso à cultura e fomentar o hábito da leitura, especialmente entre crianças e jovens.
O movimento é realizado em comemoração ao Dia Nacional do Escritor, comemorado no dia 25 de julho. Para celebrar a data e a cultura sul-matogrossense, o evento reuniu 10 escritores do Estado que estão compartilhando 2 mil livros.
O biólogo Wellington Fava, de 39 anos, conta que começou a se interessar mais pela leitura nos últimos dias, tendo sido atraído pelas poesias. Nesta manhã ele parou para escolher uma obra regional para levar para a casa. “A gratuidade também dos livros é a parte mais, vamos dizer assim, que chama mais atenção para a gente conseguir ler cada vez mais”.
Benedita Macedo, de 64 anos, aproveitou o tempo que possuía antes de ir a uma consulta no CEM (Centro de Especialidades Médicas) para procurar livros para levar para o neto. “Eu tenho uma coleção de livros em casa, mesmo que eu não leia, mas quero levar para casa e incentivar as crianças a lerem.”
Se descrevendo como professora, escritora, poetisa, contadora de histórias regional, Carmen Lucia Andrade, de 68 anos, levou "Entrelaço Poético", que já está na segunda edição, e "Lilica, a Galinha Árvore". “[Lilica é] um livro infantil que me emociona muito. Ele fala da morte de uma maneira muito linda, mostrando que ninguém morre de verdade, porque a gente planta as pessoas e os animais, que se eternizam na terra. Assim como as árvores são plantadas na terra, as pessoas e os animais também ficam eternizados nela”.
Para Carmen, os escritores de MS não possuem barreiras, mas são carentes de espaço. A escritora ainda compartilha a dificuldade de compra e publicação das obras. “No nosso país ainda é muito grande, porque tudo é muito caro. Aqui, no evento, elas têm a oportunidade de escolher e levar quantos livros quiserem, de todos os tipos de literatura”, analisou.
Ruberval Cunha, de 52 anos, que começou a escrever seus livros ainda na escola, em 1989, proclamou os seus versos na Praça Ary Coelho. “Tornando o livro acessível, você torna as declamações acessíveis, que são mediações das leituras do livro, e acaba encantando as pessoas. Então, fugir da leitura convencional, eu acho que é fundamental para gerar encantamento e engajamento das pessoas com as obras que ainda são escritas”.
Com poemas até em suas roupas, Iolete Moreira é a idealizadora da ação. “Aqui temos a oportunidade de chamar escritores e leitores, que já são acostumados a ler, são até viciados, e que vêm à praça para curtir esse momento maravilhoso. Nós queremos muito, através desse projeto, sempre buscar novos leitores”.
Iolete ressalta que o projeto estará na praça até o fim da tarde, se os livros não terminarem antes. “Aqui temos livros que estão sendo lidos gratuitamente, e fazemos questão que esses livros acabem hoje”.
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