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Capital

Luto e luta marcam perda de mãe e suportar a dor é desafio diário

Gilmara Canhete morreu em acidente de trânsito no dia 5 de junho, na Rua Ceará

Lucia Morel | 07/06/2023 17:59
Gilmara Canhete ao lado da filha, Mayara Canhete. (Foto: Redes sociais)
Gilmara Canhete ao lado da filha, Mayara Canhete. (Foto: Redes sociais)

“Nunca me imaginei tão perturbada igual me encontro hoje. Desconsolada, despreparada pro mundo assim como uma criança precisa da mãe”. O relato acima é de uma pessoa em luto. Milena Mayara Canhete, 25 anos, perdeu a mãe, Gilmara Canhete, há dois dias e já foi em busca de apoio médico porque está em crise de pânico e ansiedade.

Esse tipo de comportamento após uma perda importante é até comum, mas precisa de acompanhamento e até ajuda medicamentosa, se necessário. “Estou sem comer, sem dormir, sem rumo desde que ela se foi. Eu fui parar na UPA com crise de pânico. Eu não consigo sair pra rua”, afirma Milena, bastante emocionada.

Mensagem de Gilmara nas redes sociais após receber presente dos filhos. Ela morreu horas depois. (Foto: Redes sociais)
Mensagem de Gilmara nas redes sociais após receber presente dos filhos. Ela morreu horas depois. (Foto: Redes sociais)

Ela e os dois irmãos que moravam junto com Gilmara em casa no Jardim Panorama saíram de lá, porque não suportam ficar na moradia sem a mãe. “Tudo lembra ela”, lamenta a filha. Cada um deles foi pra casa do pai e por isso, acabaram ficando longe um do outro. “Até isso aconteceu. Cada um foi pra um lado. Ninguém consegue ficar na casa”, lamenta.

A jovem lembra, assim como a melhor amiga de Gilmara, Karla Cavano, de 38 anos, a força que ela tinha e o amor que tinha pelos filhos. No dia em que Gilmara faleceu em acidente, sua última postagem nas redes sociais foi uma homenagem a eles.

“Vocês são a razão do meu viver e continuar lutando por algo melhor. Contem comigo sempre. Enquanto Deus permitir que eu viva, sempre lutarei por vocês”, escreveu ao chegar em casa após um plantão longo de quase 30 horas e encontrar um presente dos filhos sobre sua cama: uma almofada escrito “eu te amo” e uma pelúcia.

Mesmo diante da fraqueza e da vontade de desistir, Mayara sabe que o principal legado que sua mãe deixa é de luta. Uma luta que não para. Gilmara estava formada em técnico de enfermagem há quatro anos e trabalhava em dois empregos. Ela conseguiu estudar enquanto trabalhava 12 horas em portarias de condomínio.

“Eu não desisto porque sei que não é isso que ela queria. Minha mãe era uma super mulher, uma super mãe que nunca caiu na frente de ninguém. É isso que me segura”, desabafa.

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