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Capital

Mãe de decoradora morta “por vingança” ligou para alertar sobre o assassino

Graziela Rezende | 30/01/2014 11:47
Mãe da vítima permanece trancada. (Foto: Marcos Ermínio)
Mãe da vítima permanece trancada. (Foto: Marcos Ermínio)

Minutos antes da morte da decoradora Mauryani Melgarejo, 29 anos, há 12 dias, no bairro Jardim Leblon, em Campo Grande, a mãe da vítima a alertou sobre ameaças de morte de Francisco Ubirajara Marques, o Bira, 52 anos. Ela, no entanto, estava com o celular desligado e nunca mais teve a chance de atender um telefonema, já que foi morta a tiros, na frente da filha de seis anos.

“Essa cena não sai mais da cabeça da minha neta. Ele entrou dizendo que era para minha filha nunca mais escrever cartas para a ex-mulher dele e, em seguida, sacou o revólver da cintura e atirou três vezes contra ela. Foi só o tempo da menina ver a mãe morta, correr e se esconder atrás do guarda-roupa”, conta a mãe da vítima.

Como não conseguiu falar com Mauryani, a mãe entrou em contato com a outra filha. “Ela já atendeu o celular dizendo que minha filha tinha sido atingida por um tiro. Foi um desespero grande no caminho, mas jamais acreditei que ela havia sido morta. Perdi as forças, caí no chão e me perguntava o que tínhamos a ver com o relacionamento deles”, relembra a mãe.

De mais de 20 anos de casamento, a família acreditava que eles viviam bem, embora os crimes de Francisco. “Nós nos conhecíamos desde os 9 anos de idade, porque morávamos perto. Só que logo no início do namoro o Francisco foi preso por estupro. Minha mãe falava para minha irmã que aquela era a hora de separar, mas, ao invés disso ela fez a carteirinha e foi visitá-lo no presídio, porque disse que eles precisavam conversar”, conta.

Após nove anos preso por este crime e um homicídio, cuja pena começou a ser cumprida em 14 de setembro de 2001, Francisco obteve a liberdade provisória e cometeu mais dois crimes, sendo indiciado por furto em 2011 e preso em flagrante por furto no ano de 2013.

Nessa época ele já possuía duas filhas com a ex-mulher. Com as visitas, Francisco sempre soube notícias da mulher. Porém, próximo a época dele ser solto, uma das filhas fugiu. A mãe e a outra fugiram em seguida, no mês de agosto de 2013. “Desde então ninguém soube delas, minha irmã ligou apenas uma vez dizendo que estava tudo bem, mas que jamais falaria onde estava”, conta a irmã.

Sem notícias da ex-mulher e filhas, Francisco começou a incomodar parentes. “Ele ligava me xingando de todos os nomes e pedindo para falarmos dela, mas ninguém sabe de nada. Foi até que nesta última ligação ele estava transtornado e foi até o meu restaurante, onde minha filha estava”, diz a mãe.

Com o crime, as portas do comércio foram fechadas, bem como permanecem as da casa da mãe da vítima. “É uma revolta enorme que sentimos, porque eu tenho que viver assim, trancada, enquanto o assassino está solto. Queremos uma resposta, só me sentirei melhor quando ele estiver na cadeia”, finaliza.

Foto recente - Ontem, o Campo Grande News apurou que uma das filhas enviou uma foto recente para a Polícia. A prisão preventiva de Francisco também já foi decretada, mas ele continua foragido.

Crime – Mauryani foi alvejada às 19h20 da noite de sábado (18), na rua Tembes esquina com a Tupina, Jardim Leblon, em Campo Grande. Conforme a Polícia, a vítima estava em casa, que fica nos fundos de um restaurante, quando o autor chegou de moto e entrou pelo estabelecimento que dá acesso ao imóvel.

A vítima estava no quarto junto com a filha, quando Francisco disparou cerca de cinco tiros em direção a Mauryani. Ela foi atingida por dois disparos, um no rosto, que saiu pelo pescoço, e um nas costas

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