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Capital

Mãe e amiga também vão responder por morte de menina em condomínio

Mãe, amiga e estudante que atropelou criança responderão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar

Luana Rodrigues | 09/03/2017 15:43
Estela tinha 1 ano e 5 meses; policiais, bombeiros, familiares e vizinhos ajudam nos primeiros socorros (Foto: Reprodução/ Facebook)
Estela tinha 1 ano e 5 meses; policiais, bombeiros, familiares e vizinhos ajudam nos primeiros socorros (Foto: Reprodução/ Facebook)

A mãe de Estela de Sousa Andrade, de 1 ano e 5 meses, e a amiga dela também irão responder pelo crime de homicídio culposo - quando não há intenção de matar. A criança foi atropelada por um estudante de 21 anos, na noite desta quarta-feira (8), em um condomínio residencial na Vila Carlota, região sul de Campo Grande.

De acordo com o delegado Cleverson Alves dos Santos, que atendeu o caso, os três “concorreram com a morte da criança”, ou seja, acabaram colaborando para que o acidente acontecesse, por não tomar os devidos cuidados para evitá-lo.

“O rapaz estava dirigindo o carro, a amiga estava com as crianças e a mãe estava junto, vindo logo atrás, nenhum deles tomou cuidados com a criança, que era pequena. Entendemos que foi um acidente, mas que poderia ter sido evitado com mais atenção”, explicou o delegado.

Ainda segundo delegado, há informações de que a mãe estava no celular no momento do acidente, por isso não teria visto o momento em que a criança partiu para perto do carro. “Tudo isso será apurado, vamos pedir as imagens das câmeras de segurança do condomínio, que vão nos auxiliar a entender a dinâmica do que houve”, diz.

Em seu depoimento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, onde o caso foi registrado, o motorista do carro disse só ter percebido o que aconteceu cerca de 100 metros depois de deixar o condomínio. “Olhei para trás e vi o desespero. Voltei e pensei que outro carro tinha atropelado a menina”, disse aos policiais.

Tragédia - Segundo a polícia, no local do acidente, tanto a mãe, quanto a amiga dela e o rapaz que atropelou a criança, estavam muito abalados com o que houve.

Morador do condomínio, o jornalista Eduardo Coutinho, 28 anos, diz ter presenciado o desespero dos três e ainda tentado socorrer a menina, que ficou bastante machucada.

“Eu estacionei meu carro e escutei a gritaria, antes disso, o carro do rapaz estava saindo normal, nem rápido, nem devagar. Quando eu vi a menina caída, já desci do meu carro para ajudar, ver o que podia fazer, ligar para a ambulância. A mãe queria levar para o hospital no carro, mas eu disse que não podia, que a orientação dos bombeiros é esperar o socorro. E eles (socorristas) chegaram bem rápido, ficaram uns 40 minutos tentando fazer a reanimação, mas não deu”, disse.

O jornalista conta que um médico de um condomínio vizinho também tentou reanimar a menina, mas ela não respondeu. “Eu fiquei com muita pena, porque tenho uma filha e quem tem filho sabe que é complicado, qualquer distração pode ser fatal. Eu vejo realmente como acidente, uma fatalidade. É complicado querer culpar alguém, acho que não é a hora de ficar culpando, considera.

A mãe, a amiga dela e o estudante irão responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Se condenados, podem cumprir pena de até quatro anos.

O velório de Estela está marcado para começar às 20h de hoje, no bairro Aero Rancho. Já o sepultamento deve ocorrer às 9h desta sexta-feira (10).

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