Máquina da prefeitura escava terreno e abre caminho para chuva destruir muros
Obra de praça provocou danos em muros e alagou residência após a retirada de contenção que protegia casas
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Uma escavação realizada pela Prefeitura de Campo Grande em um terreno entre as ruas Tibagi e Lagoa Rica causou danos estruturais em residências do bairro Oiti. A obra, destinada à instalação de uma praça pública, removeu contenções que protegiam os muros das casas vizinhas. Após um temporal que atingiu a região, moradores relataram desmoronamentos parciais e rachaduras em suas residências. O pedreiro Elizeu Simão teve sua casa invadida por lama, enquanto o morador Jhefferson dos Santos registrou em vídeo a operação da retroescavadeira próxima aos muros. A prefeitura ainda não se manifestou sobre o incidente.
Na manhã desta quarta-feira (5), um maquinário da Prefeitura de Campo Grande realizou escavações em um terreno entre as ruas Tibagi e Lagoa Rica, onde está sendo instalada uma nova praça pública. O local, antes abandonado, faz divisa com os fundos de várias residências do bairro Oiti, e a movimentação de terra acabou resultando em graves danos estruturais após o início de uma forte chuva.
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Segundo moradores, a máquina trabalhou por cerca de uma hora, retirando a contenção que protegia os muros das casas que fazem limite com o terreno. Pouco depois das 11h, um temporal atingiu a região, e a enxurrada, sem barreiras de contenção, provocou o desmoronamento parcial e rachaduras em muros das residências localizadas na Rua João Francisco Damasceno.

O pedreiro Elizeu Simão, de 47 anos, foi um dos mais afetados. Ele contou que sua casa ficou tomada por lama e com infiltrações, e o muro que foi refeito recentemente corre risco de cair.
“Moro aqui há 11 anos, e há cinco o muro caiu numa situação parecida. Fiz a contenção justamente pra evitar isso. Hoje a prefeitura veio, tirou tudo, e com a chuva o muro está condenado. Terminei de reformar a casa há 20 dias, e agora vou perder tudo. É uma desfeita com a gente isso que a prefeitura fez”, lamentou.
O vizinho Jhefferson dos Santos, morador há quatro anos na mesma rua, registrou os momentos em vídeo. Ele afirma que começou a filmar por medo de o maquinário atingir o muro de sua casa, que acabou ficando com trincas após a movimentação de terra e volume da chuva.
“A máquina estava bem próxima do muro, meio receio era bater e quebrar. Quando a chuva começou, os operários foram embora e deixaram aquele serviço mal feito, na verdade nem sei qual era a intenção deles, uma coisa que nem faz sentido. Meu muro trincou e a água correu toda para o lado do vizinho, destruindo o muro dele. Agora vamos ficar no prejuízo?”, questionou.
A reportagem esteve no local e constatou que a escavação foi feita a poucos centímetros das estruturas das casas, com as marcas do pneus ainda visíveis. As imagens gravadas mostram claramente a retroescavadeira operando próxima aos muros, o que, segundo os moradores, retirou a sustentação da encosta.
A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e da Defesa Civil, foi procurada para comentar sobre o caso, mas até o momento não se pronunciou. O espaço segue aberto para manifestação oficial das autoridades sobre a responsabilidade e as medidas que serão tomadas para reparar os danos.


