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Capital

Mariana ensinou a sonhar e deixa laboratório como legado a alunos

Professora morreu dias após acidente com ônibus de viagem em estrada no Peru; grupo veio do interior para se despedir

Liniker Ribeiro | 22/01/2020 19:27
Cemitério Jardim das Palmeiras, onde ocorre o velório da bióloga. (Foto: Paulo Francis)
Cemitério Jardim das Palmeiras, onde ocorre o velório da bióloga. (Foto: Paulo Francis)

A dedicação no trabalho, o amor aos alunos, e a alegria da professora Mariana Pires, de 28 anos, são algumas das características e qualidades que ficarão marcadas para sempre na vida de quem conviveu com a bióloga. Vítima de um grave acidente com ônibus de viagem, no Peru, a educadora não resistiu aos ferimentos e, na tarde desta quarta-feira (22), familiares e amigos se despedem da mulher que inspirou muitos em vida.

“Com ela aprendi que é possível sonhar, ir atrás e realizar”, revela emocionada Elaine Neto de Souza Pelizza, de 44 anos, diretora da Escola Estadual São Gabriel, unidade de ensino onde Mariana trabalhava há cerca de 4 anos, no município de São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros da Capital.

De lá, inclusive, veio boa parte das pessoas que participam do velório da professora, na tarde desta quarta-feira (22), realizado em um cemitério de Campo Grande. Pessoas que fizeram questão de dizer um último adeus a quem fez tanto em prol de outras pessoas. 

Bióloga viajava pelo Peru quando sofreu acidente de ônibus em Arequipa (Foto: Reprodução/Instagram)
Bióloga viajava pelo Peru quando sofreu acidente de ônibus em Arequipa (Foto: Reprodução/Instagram)

“Ela era uma pessoa maravilhosa, exemplo para os alunos, sempre muito dedicada e de muito amor. Tudo o que ela fazia era de corpo e alma”, destaca a colega de profissão, Mariane Mascarello, de 34 anos. “Fizemos questão de prestar essa última homenagem”.

No espaço lotado, entre os presentes, alunos, pessoas que aprendiam com Mariana coisas novas todos os dias. “As melhores aulas eram as dela. Quando eu soube da notícia, fiquei muito triste. Ela era como uma mãe e o amor dela ajudou muita gente”, afirma Anna Júlia dos Santos Ajala, de 19 anos, estudante que conviveu com a professora por dois anos.

“Ela era espontânea, explicava brincando, era reservada quanto a sua vida pessoal, mas muito alegre”, complementa a estudante Júlia Assmann, de 16 anos, que também fez questão de viajar até a Capital.

Bons frutos - A prova do comprometimento da professora de biologia com a escola e, principalmente, com os alunos, resultou em uma luta árdua para conseguir ativar um laboratório para uso coletivo. “Há muito tempo ela vinha lutando por isso.

Correu atrás de patrocínio, conseguiu equipamentos e materiais. Foi feita até uma rifa para comprar um microscópio novo que deu certo”, explica Elaine, diretora da escola.

A determinação de Mariana tornou-se um legado. E, como forma de retribuir e homenagear a professora, companheiros de profissão se mobilizam para prestar homenagem à dedicação da bióloga. “Conversei com a supervisão e queremos pedir autorização à família para dar o nome da Mariana ao laboratório”, complementa Elaine.

O acidente - Mariana e o namorado, o técnico em segurança do trabalho Danilo Alencar, de 30 anos, foram vítimas de um grave acidente de ônibus, no último dia 6, no Peru.Danilo teve apenas ferimentos leves, mas Mariana precisou passar por cirurgias e morreu 9 dias depois no hospital.

O casal estava em um ônibus da linha Lima-Arequipa, da empresa Cruz del Sur, que capotou e bateu em minivans estacionadas à beira da rodovia Panamericana Sur, na madrugada do último dia (6). O acidente aconteceu no distrito de Yauca, província de Caravelí, localizada no departamento de Arequipa. O acidente feriu 48 passageiros e matou mais 17.

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