"Me deu um nervoso, eu fui atrás", diz mulher que perseguiu ladrão
Homem ainda tentou fugir a pé, pulando muros, mas foi preso em flagrante pela PM
"Na hora, me deu um nervoso, que eu fui atrás dele". É com essa frase ainda carregada de angústia que a dona da lanchonete assaltada na noite desse domingo (2), nas Moreninhas, em Campo Grande, conta o motivo de ter perseguido o assaltante que fugiu de bicicleta.
Ela dirigia uma Saveiro e fala que não chegou a atingir o rapaz, e que ele quem jogou a bicicleta para tentar fugir a pé. Na manhã desta segunda-feira (3), pouco mais de 12h do acontecido, ela explica que o sangue "subiu" principalmente porque sua funcionária foi rendida.
"Ele a pegou pelas costas, puxou o cabelo, colocou os braços dela para trás e rendeu", diz a comerciante que está no local, na Rua Anacá, há cinco anos.
O ladrão revirou os caixas e fugiu levando uma quantia de dinheiro e o celular da empresa que ficava com a funcionária para receber pedidos. A dona da lanchonete estava lá e quando viu que era um assalto, conseguiu sair por uma das portas do local.
"Meu pensamento não foi nem o de persegui-lo, era para saber onde ele ia e ligar para a polícia", acrescenta a comerciante.
Ela perseguiu o ladrão por quatro quadras até começar a gritar "chama a polícia, chama a polícia" e ele deixar a bicicleta e pular o muro. "Acho que ele se assustou, porque eu virei o carro com tudo. Daí ele pulou o muro e eu acionei a PM. Foi tudo muito rápido", descreve.
Os policiais conseguiram prender o rapaz. A comerciante disse que nunca tinha visto ele pela região e acredita que ele tenha premeditado a ação, já que a bicicleta ficou uma quadra para cima e ele desceu a pé até a lanchonete.
"Meu sentimento agora é desesperador, nunca passei por isso. Minha funcionária também diz que não acredita até agora", comenta.
A lanchonete funciona das 18h às 00h e estava trabalhando apenas com entregas quando o assalto ocorreu.
Na região, os vizinhos dizem que só ouviram a gritaria ou ficaram sabendo da história depois do acontecido. Um morador de 36 anos que não quis se identificar falou que viu a bicicleta encostada ao lado da casa dele, e que ao escutar os gritos da comerciante dizendo que havia sido roubada, a bicicleta não estava mais lá.
"Parece que tinha uma cliente dentro do banheiro da lanchonete, que ficou lá dentro ouvindo e quando acabou o barulhou, correu para o pelotão da PM", relatou.
Na mesma rua onde aconteceu o crime existe um posto da Polícia Militar o que despertou frases como "que audácia" dos vizinhos ao se referir ao assaltante.
Dono de um cursinho, Fagner Teodoro da Silva, de 29 anos, diz que essa foi a primeira vez que viu um crime acontecer na vizinhança. "O que me impressionou foi justamente a audácia de ter feito perto do posto da PM. Não acredito que essa pessoa seja daqui, para ter cometido isso", diz.
Na rua onde o bandido deixou a bicicleta, Barueri, os moradores dizem que apesar de iluminado o trecho, sempre acontece alguma coisa. "Tem polícia, guarda, sempre. Ontem eu só vi a viatura aqui, mas não ouvi barulho de acidente não. Por medo, nem saí para ver o que era. Só hoje fiquei sabendo da situação", diz uma vizinha que mora no local há 40 anos.
O assaltante acabou levado ontem mesmo para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde o caso foi registrado como roubo.