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Capital

Menina de 13 anos pode ser indiciada por induzir à prostituição

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 15/04/2014 16:05
Vítima, aluna de 14 anos prestou depoimento nesta terça-feira. (Foto: Marcelo Victor)
Vítima, aluna de 14 anos prestou depoimento nesta terça-feira. (Foto: Marcelo Victor)

Além dos três rapazes, a amiga da adolescente de 14 anos, vítima de violência sexual na escola estadual Teotônio Vilela, poderá responder pelo crime.

De acordo com o delegado Maércio Alves Barbosa, a menina de 13 anos ainda será ouvida, mas pode responder por ato infracional de indução de pessoa para a prostituição.

Nesta terça-feira, em depoimento na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), a garota de 14 anos disse que a amiga sugeriu que ela cobrasse de R$ 15 a R$ 20 pelo sexo oral.

Segundo o delegado, a vítima relatou que a amiga estuda na escola desde 2009 e seria habituada a fazer esse tipo de cobrança.

Na última quarta-feira, dia 9 de abril, a menina alertou que um garoto queria “ficar” com ela. As duas foram à construção de uma biblioteca, no pátio da escola, onde estavam os três rapazes, com idades entre 13 e 15 anos.

A amiga fez sexo oral em um deles, enquanto a vítima foi ameaçada para fazer o mesmo em outro adolescente. Toda a ação era filmada pelo terceiro rapaz. Conforme o delegado, no vídeo, divulgado por whatsapp, é possível ouvir a vítima perguntando se estava sendo filmada, mas o garoto disse que enviava mensagem.

Os dois rapazes, que ainda não prestaram depoimento, poderão responder por estupro. Já o autor das imagens pode ser responsabilizado por produzir e divulgar vídeo com cena de sexo.

O delegado afirma que a responsabilidade da escola será avaliada. Já foi apurado que a direção acionou os pais, mas não fez denúncia à Polícia.

Segundo delegado, amiga poderá responder por indução à prostituição. (Foto: Marcelo Victor)
Segundo delegado, amiga poderá responder por indução à prostituição. (Foto: Marcelo Victor)

A mãe da vítima, que também prestou depoimento hoje, disse que só soube da situação após a filha avisar que seria expulsa. “O diretor falou que ela estava gostando e até sorrindo”, relata a mãe. Segundo a mulher, a filha passou de vítima a culpada pelo crime.

A mulher de 33 anos também relatou que a filha foi abusada, quando criança, pelo padrasto. No entanto, essa violência sexual não foi citada no depoimento ao delegado. “Desconheço isso”, afirma Maércio Barbosa. Por ser crime de natureza sexual, ele afirma que vai ouvir os envolvidos o mais rápido possível e encaminhar a denúncia ao MPE (Ministério Público Estadual).

A mãe afirmou que pretende trocar a filha de escola e bairro, diante da repercussão das imagens. Segundo a SED (Secretaria Estadual de Educação), foi aberta sindicância sobre o caso. A assessoria de imprensa da secretaria informa que a adolescente não seria expulsa. Serão ouvidos pais, Conselho Tutelar e direção.

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