ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Menina de 14 anos está internada em UPA com suspeita de sarampo

Diagnóstico inicial encontrou sintomas da doença, mas também há características de catapora

Marta Ferreira | 16/09/2019 18:57
Manchas no corpo parecem de catapora, mas só exame vai confirmar qual doença é. (Foto: Família)
Manchas no corpo parecem de catapora, mas só exame vai confirmar qual doença é. (Foto: Família)

Adolescente de 14 anos está internada desde sábado (14) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, em Campo Grande, com suspeita de sarampo. Com manchas no corpo, febre, feridas na boca e conjuntivite, a menina está isolada em uma sala da unidade de saúde desde domingo (15).

Se a suspeita de sarampo se confirmar, será o primeiro caso no Estado com transmissão local, já que os parentes afirmam que ela não viajou recentemente, como aconteceu com as outras duas pessoas que tiveram a doença confirmada no Estado. Um bebê de 10 meses, de Campo Grande, e um morador de Três Lagoas, de 52 anos, foram diagnosticados com sarampo, contraído em São Paulo, onde foram passear. Em todos os casos, foi feito o chamado bloqueio vacinal, imunização de quem teve contato com os pacientes e ainda não tomou vacina.

A tia da adolescente, Veruska Miranda Félles, 31 anos, supervisora de rodovia no Rio Grande do Sul, conta que veio passear no Estado e encontrou a situação. Ela reclama do tratamento dado à adolescente. Diz que precisou “dar um show” na UPA para conseguir alguma melhora no atendimento.

Segundo ela, a paciente chegou a ficar várias horas em uma maca sem lençol e, apesar de a pressão arterial estar a apenas 9 por 5, nenhum procedimento foi adotado além de colocá-la na “sala improvisada”, onde está tomando soro. Pelas imagens recebidas, trata-se de consultório adaptado para funcionar como isolamento.

O que diz a Sesau - O coordenador de Urgência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Yama Higa, informou que já foram feitos testes para saber se é um caso de sarampo. Segundo ele, a primeira avaliação clínica detectou sintomas da doença. A segunda, feita por médico infectologista, não aponta para a doença.

As manchas no corpo parecem mais com catapora, enfermidade que também exige isolamento. Yama confirmou que essa é uma suspeita, mas é necessário esperar os exames para descartar de vez o sarampo,

Sobre o local onde a menina está internada, a explicação é de que a unidade passa por reforma, para ser submetida a uma requalificação pelo Ministério da Saúde e por isso precisou ser usado o consultório pois algumas alas não estão sendo usadas.

De acordo com a família, a garota foi imunizada contra o sarampo. A Sesau informou, ainda, que foi feito bloqueio vacinal, inclusive na escola frequentada pela adolescente. A família recebeu a recomendação de não receber visitas.

Adolescente está em sala adaptada para isolamento na UPA.
Adolescente está em sala adaptada para isolamento na UPA.

Doença de volta – Desde 2011, Campo Grande não registrava um caso de sarampo. Neste ano, depois que registros da doença surgiram em outros estados, um médico que veio de São Paulo ver os parentes já foi diagnosticado com a doença, além de um bebê de 10 meses nunca vacinado.

Os dois casos foram tratados como “importados” pelas autoridades de saúde municipais e estaduais. Segundo as secretarias de saúde, não há circulação do vírus no Estado, pois os pacientes estariam em São Paulo no período de contágio.

O Ministério da Saúde, porém, incluiu Mato Grosso do Sul entre os estados em “surto ativo” da doença. São 16, com mais de 22 mil casos registrados até o último boletim divulgado, na semana passada.

No Estado, até a última atualização, eram 42 casos notificados, 10 ainda em investigação e o restante descartados. Dos que estão investigados, 4 são em Campo Grande, ainda sem contar o a adolescente internada na UPA Coronel Antonino.

Especialista ouvida pelo Campo Grande News, nesta segunda-feira, afirmou que existe risco de novos contágios, mas não há motivo para pânico, desde que as orientações sejam seguidas. O link da reportagem está na página.

Nos siga no Google Notícias