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Capital

Mobilização de sem-terra causa transtorno para hospital ao lado do Incra

Luciana Brazil | 02/05/2012 20:14
Diretor do hospital afirma que movimentação incomoda pacientes. (Foto:João Garrigó)
Diretor do hospital afirma que movimentação incomoda pacientes. (Foto:João Garrigó)

Próximo a hospitais, em geral, todos sabem que a orientação é fazer silêncio, respeitando os pacientes internados que se recuperam, antes de retornarem às suas casas. Mas o silêncio é quebrado no hospital El Kadri, que fica ao lado do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, quando manifestações são feitas em frente ao órgão.

Nesta quarta-feira (2), a manifestação dos assentados, que reivindicavam a implantação de políticas públicas para o campo, gerou tumulto para os que tentavam chegar ou sair do hospital, segundo o diretor administrativo, Nasme Kadri. “Hoje, eles bloquearam a avenida por mais de duas horas”, afirmou o diretor do hospital.

De acordo com Kadri, as manifestações acontecem até três vezes ao ano e atrapalha o andamento do local. “A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) é a primeira a infringir as regras. Eles deveriam ser os primeiros a fiscalizar, mas são os primeiros a permitir certas coisas”, disse o diretor, se referindo a uma movimentação pela paz, feita em frente ao hospital, há alguns dias.

O diretor de trânsito da Agetran, Janine de Lima Bruno, afirmou que problemas desse tipo são resolvidos pela PM (Polícia Militar). “Nós trabalhamos com o trânsito e isso é um caso de polícia. É a polícia que deve retirar uma manifestação e não a Agetran”, explicou.

O barulho incomoda e atrapalha a recuperação dos pacientes, segundo o diretor do hospital. “O nosso problema é apenas quando acontecem essas manifestações. Mesmo que a gente peça e explique que ali é um local de silêncio, não adianta eles não respeitam”.

Movimentação de assentados em frente ao Incra.
Movimentação de assentados em frente ao Incra.

A paciente de hemodiálise, que preferiu não se identificar, afirmou que o hospital é ótimo, mas critica que as manifestações aconteçam em frente ao hospital.“Gente, pelo amor de Deus. Isso é um hospital. É um absurdo que a manifestação seja feita aqui. Eu não vou mudar de hospital porque aqui é ótimo e para mim é fácil chegar a aqui. O que tem que mudar é o local”, disse indignada.

A major da PM, Sandra Regina Alt, explicou que as manifestações fazem parte do direito da população, se não prejudicarem o próximo. Porém, ela ressalta que se a mobilização está incomodando o hospital, o diretor deve registrar uma reclamação junto à Polícia Civil.

“Primeiro deve haver um registro e depois existem várias formas de resolver a situação. Pode ser que os próprios assentados não saibam que estão atrapalhando. A PM vai agir de acordo coma determinação da justiça ou da Polícia Civil”.

Segundo a major, nesses casos a movimentação precisa estar, de fato, causando barulho e algazarra, porque esses aglomerados podem ser feitos sem atrapalhar a população.

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