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Capital

Moradores colecionam histórias de roubos a espera de câmeras da PM

Ricardo Campos Jr. | 20/04/2015 18:02
Farmácia de Darlene já foi assaltada 29 vezes (Foto: Fernando Antunes)
Farmácia de Darlene já foi assaltada 29 vezes (Foto: Fernando Antunes)
Comerciante espera que câmeras reduzam a criminalidade (Foto: Fernando Antunes)
Comerciante espera que câmeras reduzam a criminalidade (Foto: Fernando Antunes)

Enquanto o projeto de videomonitoramento do Los Angeles não sai do papel, comerciantes e moradores do bairro acumulam histórias de roubos e violência. Câmeras já estão instaladas, mas ainda não funcionam. Alguns depositam nelas a esperança de pelo menos uma redução da criminalidade no local.

Na última quinta-feira (16), a farmácia de Darlene Santana Barbosa, 54 anos, localizada na avenida dos Cafezais, foi assaltada pela 29ª vez. “É um lugar perigoso e fica pior a cada dia”, relatou.

Para ela, a criminalidade virou rotina no bairro. A pior das situações foi no ano passado, quando um ladrão armado invadiu o local, trancou a comerciante e os funcionários na sala de aplicação de vacinas e levou não apenas itens da loja, mas da casa de Darlene, que antes ficava aos fundos. “Eu tive um prejuízo de R$ 12 mil. Não gosto nem de lembrar, me chocou muito”, relata.

O sistema de monitoramento particular que o estabelecimento tem não afugenta os bandidos. Para ela, as câmeras instaladas na rua também não devem evitar as ações criminosas, mas facilitar com que eles sejam presos.

Na opinião da comerciante, no entanto, a iniciativa só adiantará se vier acompanhada por um aumento no efetivo da PM (Polícia Militar) no Los Angeles e mais rigor nas punições. “Não adianta, os ladrões são meninos que a polícia já conhece, mas pega hoje e amanhã já solta”.

Uma cabeleireira de 58 anos, que terá a identidade preservada, conta que no dia 1º de maio do ano passado teve o estabelecimento invadido por seis rapazes, todos eles armados. Ela e duas clientes foram rendidas e tiveram pertences levados.

“Foi às 13h, em plena luz do dia, quando o sol estava mais quente. Passei quase um ano em choque por conta disso. Todo mundo que ia se aproximando de mim, eu achava que ia me assaltar”, conta.

Para ela, o projeto de videomonitoramento promete ser uma solução. “Eu acho que pelo menos vai amenizar a criminalidade, vai intimidar o ladrão”, opina.

Outra comerciante, de 43 anos, guarda na mente as marcas da violência. “Os ladrões entraram. Meu marido se abaixou e tentou fugir. Eles disseram que iam estourar a cabeça dele se não parasse. Ele ficou em choque por algumas horas”, lembra.

“Aqui tem muita sensação de insegurança. Na hora em que a arma está apontada para você, só consegue olhar para ela, não dá para fazer muita coisa. Eu acho que com essas câmeras, os bandidos vão começar a ficar com medo. Seria um alívio e ajudaria bastante”, opina.

O Campo Grande News tentou entrar em contato com a PM (Polícia Militar) para saber quando o projeto começará a funcionar. Na assessoria de imprensa, ninguém atende. A reportagem tentou contato por telefone com o comandante da corporação, coronel Deusdete de Oliveira. Uma pessoa disse que ele estava ocupado. Desde então, o celular não foi mais atendido. No pelotão do Los Angeles, o plantonista disse não saber a respeito da ação.

Câmeras já estão instaladas no bairro Los Angeles (Foto: Fernando Antunes)
Câmeras já estão instaladas no bairro Los Angeles (Foto: Fernando Antunes)
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