Moradores param ônibus e queimam pneus para pedir melhorias no trânsito
Os moradores do Nova Lima pararam um ônibus da linha do bairro por cerca de 1h30 nesta manhã para reivindicar melhorias no trânsito. Essa foi a segunda mobilização em menos de 24h.
Eles pedem a colocação de quebra-molas na rua Botafogo, onde uma menina de 2 anos foi atropelada ontem, por volta das 18h.
Os protestos iniciaram ontem, logo após o acidente. Um grupo de cerca de 200 pessoas, segundo os moradores, fecharam a avenida Francisco Pereira Coutinho, no cruzamento com a rua Botafogo, e queimaram pneus.
A via só foi liberada por volta das 21h. Eles pediam a presença de alguém da Agetran e como não tiveram o pedido atendido, resolveram continuar as manifestações nesta manhã.
O ônibus foi parado por volta das 6h30, quando passava pelo mesmo cruzamento. Segundo os próprios moradores, o veículo foi parado pelos pedestres, inclusive crianças, que entraram na frente.
O veículo só liberado às 8h30, quando um representante da Agetran se comprometeu a atender as reivindicações. A Polícia Militar foi acionada até o local para prestar apoio, mas não precisou intervir.
De acordo com o diretor operacional de transporte, Luiz Alencar, serão colocados quebra-molas na rua Botafogo até o fim deste mês. O local exato para a sinalização será definido pela equipe técnica da Agência.
Velocidade - Segundo os moradores, são frequentes os acidentes no local e o principal motivo é o excesso de velocidade.
A menina de 2 anos foi atropelada ontem em frente a casa da babá, na esquina da Botafogo com a Francisco Pereira Coutinho. A mãe, Eliane de Souza, de 19 anos, conta que a babá abriu o portão para varrer a calçada e a menina correu para a rua.
A moradora Lilia Regina Dias, de 37 anos, diz que a motorista do veículo freou ao ver a menina e conseguiu amenizar o impacto. A garota foi jogada contra o chão e teve ferimentos pelo corpo.
Ela foi socorrida pela própria condutora e levada para a Santa Casa, mas já teve alta e está em casa. A mãe diz que a menina ainda está assustada, mas passa bem.
Para os moradores, o atropelamento de ontem foi o estopim para a revolta da população. “Vivia tendo acidente, fora os cachorros atropelados. Enquanto eram cachorros a gente enterrava, mas aí chegou a vez de uma de nossas crianças. Vai precisar morrer mais gente?”, questiona a comerciante Sueli Marques, de 34 anos.
Os vizinhos contam que um adolescente já morreu e uma menina de 13 anos foi atropelada na rua Botafogo.
A dona de casa Ana Paula Damásio, de 30 anos, frisa que a maioria das famílias da região tem filhos e que a preocupação é constante, devido o excesso de velocidade e falta de respeito dos motoristas com a sinalização.
“Todo mundo tem medo que um dia aconteça o acidente com o filho. Falta um quebra-mola nessa rua para frear os motoristas”, diz.