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Capital

Moradores temem que UBSF feche e idosos fiquem sem atendimento

Sesau nega encerrar atividades, mas afirma redução durante epidemia

Lucia Morel | 20/03/2020 16:05

Moradores e gestores da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) da Vila Carvalho temem que a população idosa atendida na região fique desassistida, depois de determinação da prefeitura para que as atividades no local sejam encerradas. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), nega.

Ao Campo Grande News, moradores do bairro disseram que em reunião nesta tarde ficou definido que será feito abaixo-assinado e redigido ofício para questionar a prefeitura sobre a medida.

“Maioria dos pacientes atendidos no posto são idosos, muitos deles acamados. Não podemos deixar essas pessoas sem atendimento. Queremos entregar o abaixo-assinado até segunda, pelo menos”, disse Alice Yamazaki, de 54 anos e que há 30 mora na região.

Servidora da UBSF que não quis se identificar, informou que os trabalhadores do local receberam hoje a notícia de que a unidade seria fechada e que eles seriam remanejados para o posto de saúde 26 de Agosto, localizado na rua Rui Barbosa, bairro São Francisco.

“Nossa preocupação é desassistir a população mais vulnerável. Atendemos idosos com dificuldade de locomoção, e agira nem o ônibus gratuito eles têm mais”, disse a servidora, questionando que “como a gente vai deixar de fazer visita domiciliar, se muitos idosos moram sozinhos?”.

Outra informação que teria sido repassada pela prefeitura é de que o remanejamento de servidores para a unidade 26 de agosto deve ser realizada porque é lá, onde o fluxo de pacientes deverá ser maior durante os atendimentos referentes ao novo coronavírus.

A UBSF Vila Carvalho atende uma população de 4,5 mil pessoas e estima-se que pelo menos metade seja de idosos, tendo a maior concentração de pessoas acima de 60 anos da Capital. “Cerca de 900 têm 80 anos ou mais”, comenta uma servidora.

Entre eles o aposentado Ramão Pereira, de 70 anos. Ele participou da reunião e não quer que o local feche. “Não vai fechar, não pode”, sustentou. Para ele, a decisão de fechamento é arbitrária, uma vez que a população deveria ter sido consultado. “Estão fazendo desse coronavírus uma verdadeira guerra branca. Temos que nos cuidar, mas não pode exagerar nas medidas”, afirmou.

Segundo a Sesau, a unidade não será fechada, apenas terá o atendimento reduzido durante o enfrentamento ao Covid-19. “Todos os atendimentos ambulatoriais e eletivos estão suspensos, conforme resolução publicada no dia 18 de março no Diário Oficial”, informou a secretaria.

Assim, “somente as excepcionalidades previstas na resolução serão atendidas”, como curativos, inalação, retirada de pontos, medicações, vacinas e sondagem vesical de demora (introdução de uma sonda até a bexiga, através da uretra, com a finalidade de facilitar a drenagem da urina ou inserir medicação ou líquido).

Quanto às visitas domiciliares, a Sesau informa que os atendimentos serão limitados, mas serão feitos de forma organizada.

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