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Capital

Moradores tentam ocupar área pública e polícia intervém

Mariana Lopes e Luciana Brazil | 09/12/2012 14:18
No papel, os moradores que são contrários a ocupação mostram a planta do loteamento (Fotos: Luciano Muta)
No papel, os moradores que são contrários a ocupação mostram a planta do loteamento (Fotos: Luciano Muta)

Um grupo de aproximadamente 22 moradores foi denunciado por tentar invadir uma área pública no bairro Nova Bahia. A Polícia Militar foi acionada por outras pessoas que também moram na região para intervir na demarcação do loteamento, realizada na manhã deste domingo.

O caso despertou revolta e indignação em vários outros moradores, que pedem a construção de uma praça no local. De acordo com o eletrecitário José Luiz Moreira, 40 anos, o responsável pelo loteamento teria dito ao grupo que a construção de casas no terreno valorizaria os imóveis, por isso seria um bom negócio.

“Mas as pessoas estão sendo iludidas por ele, alertou o aposentado Félix Adernival, 61 anos, que deixou bem claro que irá correr atrás dos direitos para prevenir que o terreno seja ocupado desta forma e loteado.

José Luiz afirma ainda que a presidente da Associação dos Moradores do Nova Bahia protocolou vários documentos na Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e na Guarda Municipal contra a ocupação ameaçada pelo grupo.

O construtor civil José Roberto Ferreira, 57 anos, disse que a pessoa que está comandando o grupo fez um mapa de como seria a construção das casas no terreno e contratou um engenheiro para fazer as demarcações. Segundo os moradores que denunciaram, foi cobrado R$ 200 de cada “proprietário” dos lotes.

A esposa de José Roberto é um das moradoras que está envolvida no esquema, porém, de acordo com o construtor civil, contra a vontade dele, e ela chegou a pagar o valor cobrado pelo serviço e afirmou que ainda terá que pagar mais R$ 300 por outros serviços burocráticos.

Quem tomou a iniciativa de ligar para a Polícia Militar foi a dona de casa Marina Melo Carvalho, 45 anos. Ela conta que o morador que comanda a situação tem passagem por apropriação indébita. A preocupação dela é de que, se nada for feito, a situação se tornar comum. “Vai virar palhaçada, todo mundo pegando área pública para vai ocupar”, comentou.

De acordo com os moradores do bairro, o organizador da ocupação chama-se Urias Rocha, 50 anos, que não estava no local quando a equipe do Campo Grande News foi ao bairro.

Em contato por telefone, Urias confirmou o envolvimento no caso e disse que esse problema ainda vai perdurar. “Vamos ocupar a área de um jeito ou de outro, está decidido”, afirma.

Ele mora no bairro há 24 anos e disse que resolveu tomar essa atitude em protesto. “Tem mais 100 terrenos de área pública que estão ocupados aqui, inclusive por políticos, e esse espaço está tomado pelo mato, meu filho, inclusive, já foi assaltado próximo ao terreno”, contou.

Sobre o dinheiro cobrado, Urias afirma que o grupo fez uma vaquinha entre os moradores para pagar o engenheiro, mas que apenas seis, dos 22 moradores envolvidos, pagaram a taxa cobrada.

Uria enfatiza ainda que as casas construídas no local serão para parentes dos moradores envolvidos. “Todos moram no bairro há mais de 20 anos, nós só queremos ocupar a área e ajudar quem precisar”, reforça.

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