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Capital

Morte de menina de 6 anos não foi reflexo de negligência, garante conselheira

Segundo o órgão, família era acompanhada por situação de vulnerabilidade social, sem vínculo com o crime

Por Bruna Marques e Raíssa Rojas | 28/08/2025 16:52
Morte de menina de 6 anos não foi reflexo de negligência, garante conselheira
Fachada do Conselho Tutelar, na região sul de Campo Grande (Foto: Osmar Veiga)

Tatiane Lima Oliveira, conselheira tutelar, em entrevista ao Campo Grande News, afirmou que a família da menina de seis anos, vítima de estupro e assassinato, já era acompanhada por situações de vulnerabilidade social, sem qualquer relação com o crime. Segundo ela, não havia registros de denúncias de violência sexual, e o ocorrido é considerado extrema fatalidade.

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Menina de seis anos, vítima de estupro e assassinato em Campo Grande (MS), era acompanhada por órgãos de assistência social devido à vulnerabilidade da família. Conselho Tutelar afirma que não havia registros de violência sexual e que o caso é considerado uma fatalidade. A família, que inclui uma criança de dois anos e a mãe gestante de oito meses, recebia apoio da SAS, Sesau e Conselho Tutelar. O principal suspeito, Marcos Willian Teixeira Timóteo, foi morto pela polícia após resistir à prisão. Câmeras de segurança registraram a menina seguindo o suspeito. A criança foi encontrada sem vida na casa dele. A polícia investiga o caso como estupro e homicídio. O Conselho Tutelar reforça que o acompanhamento da família seguirá com a rede de proteção.

“Não houve registros de agressão ou qualquer outra forma de violência. As informações sobre a família só são repassadas ao Ministério Público ou à Justiça se houver questionamento formal”, explicou Tatiane.

A família vivia em situação extrema de vulnerabilidade, enfrentando dificuldades financeiras, inclusive para a compra de alimentos básicos. Eles estavam sendo acompanhados pela SAS (Secretaria de Assistência Social), pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e pelo Conselho Tutelar, conforme necessidade. A residência era humilde, mas limpa e organizada, e as crianças recebiam alimentação adequada dentro das condições da família.

Morte de menina de 6 anos não foi reflexo de negligência, garante conselheira
Roupas espalhadas em cômodo da casa onde menina foi estuprada e morta (Foto: Marcos Maluf)

A família tinha duas crianças, sendo a mais nova com aproximadamente dois anos, além da mãe gestante de oito meses. A conselheira esclareceu que o crime não foi cometido pelos pais, e, portanto, não há medidas legais a serem tomadas contra eles no momento. O foco, segundo ela, é respeitar o momento de dor da família.

A gestação de oito meses foi informada recentemente, e a mãe passará a ser acompanhada pela rede de proteção, principalmente pelo posto de saúde, que verificará a realização adequada do pré-natal.

A criança estava matriculada na Escola Municipal João Nepomuceno e frequentava regularmente as aulas, sem registro de evasão escolar. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) divulgou nota de pesar: “Manifestamos as mais sinceras condolências neste momento de pesar e profunda dor, em solidariedade aos familiares e amigos.”

Sobre suspeitas de uso de drogas na família, Tatiane destacou que não há confirmação. “A política de acompanhamento considera a família como um todo, incluindo a rede de apoio, avós, tios, que preservam a criança. A presença de usuários de drogas não implica automaticamente a retirada da criança.”

Houve denúncias anteriores de maus-tratos, mas eram espaçadas e sem recorrência. Nas visitas realizadas pela polícia e pelo conselho, não foram constatados hematomas ou evidências de abuso. Cada denúncia é analisada individualmente, considerando vulnerabilidades específicas.

Morte de menina de 6 anos não foi reflexo de negligência, garante conselheira
Mãe da criança chorando e sendo amparada por familiares (Foto: Marcos Maluf)

A conselheira reforçou que o Conselho Tutelar não realiza atendimentos diretos: “Nós requisitamos serviços à assistência social, saúde, polícia ou habitação para que os órgãos públicos garantam políticas públicas adequadas. Cada caso é único e avaliado individualmente, seguindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prioriza a convivência familiar e comunitária em ambiente seguro e que garanta o desenvolvimento integral da criança”.

Segundo o Conselho, o cuidado com a família e as crianças continua sendo realizado pela rede de proteção, e o ocorrido com a menina não tem relação com atendimento inadequado da instituição.

Morte de menina de 6 anos não foi reflexo de negligência, garante conselheira
Semed emitiu nota de pesar para aluna (Foto: Reprodução)

O caso - Nesta madrugada, o corpo da criança foi encontrado no banheiro de uma casa alugada na Avenida Joaquim Manoel de Carvalho, no Bairro Vila Carvalho. A vítima estava enrolada em um cobertor, dentro da banheira, apresentando sinais de estupro.

A residência, onde morava o principal suspeito, Marcos Willian Teixeira Timóteo, conhecido como “Gordinho”, apresentava sinais de abandono. A casa estava revirada e quase sem móveis. Em um dos cômodos havia apenas um pedaço de papelão no chão ao lado de uma pequena bacia, enquanto um móvel improvisado guardava um saco de ração de cachorro e, na cozinha, uma panela permanecia esquecida sobre o fogão.

Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que a menina saiu de casa na manhã de quarta-feira (27), na Vila Taquarussu, acompanhando Marcos Willian. Ele aparece de camiseta roxa, bermuda jeans e boné claro, atravessando a rua. A criança, de calça escura e camiseta branca de manga longa, o segue de perto. O trajeto até a casa da Vila Carvalho é de cerca de 2,4 km e teria sido feito a pé.

Os pais só deram falta da filha à tarde e, ao checarem as câmeras, reconheceram o suspeito. Eles acionaram a Polícia Militar, que, horas depois, localizou a menina já sem vida.

Após o crime, Marcos Willian fugiu, mas nesta manhã foi encontrado na região do Inferninho, saída para Rochedo, em Campo Grande. Ele teria resistido à abordagem e, então, acabou sendo baleado por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações). Os policiais o levaram até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida, mas ele não resistiu e morreu.

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