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Capital

Morte do bebê de 13 dias revolta e comove população de Campo Grande

Luciana Brazil | 18/09/2013 16:46
A morte de Bianca comove leitores do Campo Grande News. (Foto:Arquivo pessoal)
A morte de Bianca comove leitores do Campo Grande News. (Foto:Arquivo pessoal)

O bebê de 13 dias que morreu de parada cardíaca na última segunda-feira, depois de passar por dois hospitais e não receber atendimento, em um deles por falta de pediatra, comoveu os leitores do Campo Grande News.

A revolta e indignação com a história da pequena Bianca é naturalmente percebida nos comentários feitos na matéria publicada ontem (17) pelo jornal.

De imediato, alguns leitores aproveitaram para mencionar uma das maiores polêmicas dos últimos meses: o Programa Mais Médicos, do governo Federal.

“Talvez um médico Cubano tivesse salvado essa criança!” disparou Fabrício Márcio Vargas. E Hamilton Fernandes complementou dizendo, “Sejam bem vindos cubanos”.

Nos desabafos carregados de repulsa, é evidente o desejo da população, que há séculos quer apenas o que lhe é de direito: atendimento médico, saúde, segurança e transporte público, e tudo com qualidade. Alguns chamam apenas de tratamento humanamente digno.

A perplexidade dos leitores é a mesma da equipe de reportagem ao ouvir a narrativa da avó de Bianca, Edna, que um dia após enterrar a neta, parecia não acreditar na história relembrada com detalhes.

Alguns leitores sugeriram que se a criança fosse filha de um nome “importante” teria sido salva.

“Se fosse filho de alguém mais graduado na sociedade, duvido se não teriam conseguido um médico! POR ISSO QUE TEM QUE VIR MEDICOS QUE QUEIRAM TRABALHAR DE VERDADE, POIS OS DAQUI INFELIZMENTE SÃO POUCOS QUE TRABALHAM POR AMOR À PROFISSÃO”, disse Anderson Silva que fez questão de deixar parte do texto em caixa alta.

Indiscutivelmente, a questão financeira não passa despercebida. “Bom... Se tivessem dinheiro, pegariam um avião para tratar em São Paulo, em hospital particular, não é assim que certa classe tem procedido nos últimos anos?”, questionou José Carlos.

Lamentável, vergonhoso, triste. Os adjetivos que qualificam a tristeza da família são numerosos, mas não suficientes para expressar o sentimento da coletividade.

Frente à história, sugestões prováveis ou não ficam detalhas nos comentários. “No mínimo, pelo menos, os hospitais tinham que ter um sistema interligado para que as pessoas não ficassem nessa peregrinação em busca de um hospital que pudessem atendê-los. Como a própria mãe do bebê em questão disse ‘ainda bem que eu tinha um dinheirinho para o táxi, mas e quem não tem?' E as autoridades? Ninguém faz nada?”, disse Rodrigo Adania.

Os pais de Bianca falam da dor em perder a única filha. (Foto: Marcos Ermínio)
Os pais de Bianca falam da dor em perder a única filha. (Foto: Marcos Ermínio)

Segundo o leitor Oswaldo Rodrigues, a burocracia imposta pelos gestores resulta em tragédias como a de Bianca. “A burocracia irresponsável imperante no sistema é o que conseguiram os pseudo-gestores da saúde; passaram por cima da necessidade urgente do atendimento à criança; desconhecem que a evolução da doença nesta faixa etária é muito rápida".

Ele ainda continua criticando o atendimento de muitos profissionais. "E esta má fé se multiplica nas recepções dos hospitais, impedindo o acesso do cliente ao médico, chegando ao cúmulo, que a família da Bianca ficar com medo de levá-la para o PS da Santa Casa onde a triagem, com frequência, não permite abrir ficha”.

Os políticos também receberam críticas ardentes. “Governo, prefeito,vereadores na hora de andar pelos bairros pedindo votos eles sabem!! Cadê as promessas de SAÚDE e outras MELHORIAS para o povo. E agora a gente paga nossos impostos para quê,se fosse seu filho, senhores políticos com certeza tinha pediatra. ISSO É REVOLTANTE QUEREMOS E MERECEMOS UMA SAÚDE MAIS DIGNA SENHOR PREFEITO”, se revoltou Celso Mendes.

Entre tantos comentários, muitos expõem a insatisfação com o sistema, com os políticos e hospitais. Mas todos, sem exceção, mostram claramente a vontade de consolar a família de Bianca.

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