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Capital

Disparada de mortes no trânsito é resultado da velocidade, diz Agetran

Nadyenka Castro | 26/05/2011 08:34

Em geral, falta fiscalização e cortesia

Acidente ontem pela manhã na Arthur Jorge.
Acidente ontem pela manhã na Arthur Jorge.

As 11 mortes no trânsito de Campo Grande em apenas 15 dias é resultado do que é visto diariamente nas ruas: o excesso de velocidade. Este fator aliado à ingestão de álcool, infraestrutura, condutores jovens, fiscalização e falta de cortesia fazem da Capital um dos municípios mais violentos quando o assunto é direção de veículos.

Para quem trabalha diretamente com a questão, o que falta é ética aos motoristas

A constatação é do Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito, responsável por estudar as ocorrências fatais e que resultam em vítimas graves.

”Se as pessoas não tivessem em alta velocidade, o acidente teria ocorrido, mas não teria mortes”, diz Ivanise Rotta, Chefe da Divisão de Educação da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), que integra o Gabinete, responsável pelo projeto “Vida no Trânsito”.

De acordo com Ivanise, análise da estatística feita por amostragem com dados de acidentes ocorridos no quarto trimestre do ano passado mostra que, apesar do motorista agir com imprudência, ele não é apenas o responsável.

“A culpa não é só do comportamento do motorista. As vias contribuem. São largas, planas, sem obstáculos”. “É um convite para a pessoa acelerar”, declara Ivanise.

O Gabinete, composto por representantes de vários órgãos públicos, constatou também que é preciso mais fiscalização. “Eletrônica, de policiais, de agentes de trânsito”.

“O motorista se sente livre para transgredir às regras”, quando não há fiscalização, afirma a educadora em trânsito. “A obrigação de sinalizar, conscientizar e sensibilizar é do poder público”, lembra Ivanise. Segundo ela, estão programadas 270 blitze neste ano na Capital.

Motociclistas são responsáveis por 80% dos acidentes com vítimas.
Motociclistas são responsáveis por 80% dos acidentes com vítimas.

Impunidade - O pensamento de que vai “acabar em pizza” também contribuiu para que o condutor não obedeça às leis, esquecendo de que ele não está sozinho no trânsito.

E quando há a combinação álcool e direção, “o condutor se sente livre para transgredir as regras”, declara Ivanise.

Cortesia- “O condutor precisa ter ética”, afirma a educadora. O que percebe-se diariamente nas vias da Capital é que o motorista “sobrepõe o individual ao respeito do outrem”, fala Ivanise.

Ela lembra o que deveria estar presente na rotina de todos que conduzem veículos. “Praticar direção defensiva. Você fazer o certo para, quando for necessário, consertar o erro do outro”.

A educadora diz ainda que é preciso também que todos se concentrem no trânsito e saiam mais cedo de casa. “Tem que lembrar que o trajeto que há cinco anos se fazia em 10 minutos, hoje mudou. O tempo é maior. E a tendência é piorar”, conclui.

Veja vídeo que mostra a diferença do resultado de frenagem de dois veículos. Um 50km/h e outro a 55km/h.

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