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Capital

MP apura se superbactéria aumentou mortes por covid em Campo Grande

Investigação começou por denúncia anônima, que apontou situação crítica no HRMS

Adriel Mattos | 16/08/2021 13:16
Hospital Regional é a unidade de referência para covid-19 na Capital. (Foto: Chico Ribeiro/Subcom-MS)
Hospital Regional é a unidade de referência para covid-19 na Capital. (Foto: Chico Ribeiro/Subcom-MS)

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) converteu notícia de fato em inquérito civil, uma investigação sobre eventual aumento de mortes por superbactéria em hospitais de Campo Grande, em pacientes com covid-19. O edital foi publicado na edição desta segunda-feira (16), do DOMPMS (Diário Oficial do MPMS).

Conforme a 76ª Promotoria de Justiça, houve um aumento de óbitos causados por superbactéria nos últimos meses, indicando uma relação das mortes com a falta de antibióticos. A apuração se originou por meio de denúncia anônima.

A situação mais crítica é no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) “Rosa Pedrossian”, como já mostrou o Campo Grande News. A promotora Daniela Guiotti observou que a maioria das unidades sofreu com a falta dos medicamentos Tiglecina 50mg, Amicacina 250mg, Polimixina E 150mg, Polimixina B 500.000 UI e Polimixina B 1000.000 U.

“A denúncia anônima, possivelmente, redigida por profissional da saúde e encaminhada a esta Promotoria de Justiça, narra que ‘há descontrole no processo de controle da infecção hospitalar, sendo que muitos pacientes podem estar entrando para receber cuidados para tratar e se recuperar de uma patologia, porém, pelas falhas no processos podem estar contraindo doenças e indo a óbito por doença hospitalar, no caso de infecções hospitalares, para as quais o hospital não dispõe de antibióticos’”, observou a promotora.

Assim, o órgão intimou os hospitais Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande, Hospital Geral El Kadri, Hospital do Pênfigo, Clínica Campo Grande, Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Hospital da Cassems, Hospital Unimed e Proncor a informar, em dez dias, quais medidas foram tomadas para proteger os pacientes.

Além disso, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) foi intimada a realizar, por meio da Cievs (Coordenadoria Estadual de Vigilância Sanitária), inspeção em todas as unidades em 60 dias (cerca de dois meses), especialmente, nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) covid-19.

Em nota, a SES informou que recebeu a notificação do Ministério Público e que responderá diretamente ao Ministério Público.

A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado) esclareceu que tem tomado todas as medidas de biossegurança exigidas. A nota ressalta ainda que, mesmo diante do problema de fornecimento, tem mantido os estoques de antibióticos devidamente abastecimentos. Por fim, a instituição destacou que ainda não foi notificada pelo MPMS.

Já a Unimed Campo Grande garantiu que prestará as informações solicitadas à promotoria. O hospital asseverou que todos os pacientes que contraíram infecções bacterianas receberam o tratamento adequado, já que não houve desabastecimento.

A Santa Casa informou que está ciente do inquérito civil e mantém um programa de controle de infecção hospitalar, que tem um grupo de trabalho que se reúne diariamente. A instituição admitiu que houve desabastecimento de antibiótico, que houve aumento de até 300% nos preços, mas hoje tem estoque suficiente para 21 dias.

Os demais hospitais citados foram acionados pela reportagem e ainda não responderam.

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