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Capital

MPE vai investigar abandono de prédio invadido por seis famílias

Alan Diógenes | 16/11/2014 14:10
Prédio está abandonado há mais de 20 anos e 6 famílias invadiram o local. (Foto: Marcos Ermínio)
Prédio está abandonado há mais de 20 anos e 6 famílias invadiram o local. (Foto: Marcos Ermínio)

O MPE (Ministério Público Estadual) instaurou inquérito civil para apurar eventual irregularidade na paralisação das obras realizadas em um edifício localizado na Rua Fátima do Sul, no Bairro São Jorge, em Campo Grande. No local, existe um prédio inacabado há mais de 20 anos, que atualmente é ocupado por seis famílias, que invadiram o imóvel.

Conforme a cabeleireira Luiza Peralta, 48 anos, que tem um salão de beleza em frente ao edifício, desde quando ela se mudou para o bairro, há 10 anos, o lugar está abandonado. Ela conta que antes das famílias invadirem o espaço, ele era tomado por usuários de drogas.

“Antigamente era cheio de drogados aí dentro. Eles passavam a noite no prédio. Nessa época os comerciantes do bairro tinham medo de roubos e assaltos por aqui. Agora depois que as famílias entraram, nós sentimos mais tranquilidade”, explicou Luiza.

A manicure Gislaine Moreira Andrade, 29 anos, é uma das pessoas que invadiu o local. Ela conta que quando chegou no local teve que colocar janelas nos cômodos, encanamento, fossa séptica e portão para evitar que os usuários voltassem a utilizar o local.

Gislaine disse que invadiu o imóvel, mas fez reformas no local e limpou todo o terreno. (Foto: Marcos Ermínio)
Gislaine disse que invadiu o imóvel, mas fez reformas no local e limpou todo o terreno. (Foto: Marcos Ermínio)

“Nós entramos e demos uma geral por aqui. Limpamos, tiramos mato e toda a sujeira que existia por aqui. Já faz sete anos que moro aqui com minhas três crianças e nunca ninguém reclamou. A população sabe que nós somos de bem e viemos apenas para ajudar”, comentou.

Irmã de Gislaine, a manicure Sheila Moreira Andrade, 30 anos, também mora no local. Ela conta que quando chegou não havia nenhuma estrutura para morar no prédio.

“Os usuários de drogas levaram as janelas e tudo o que tinha aqui dentro. Nós que demos um jeitinho para morar. Já apareceu gente dizendo que é proprietário do prédio, até mesmo nos ameaçando, mas não acreditamos. Nós sabemos que o prédio foi construído pela empresa Degraus, que até já faliu”, informou.

Amigo das irmãs, o mestre de obras Messias Silva dos Santos, 44 anos, que testemunhou a invasão, ele já procurou a prefeitura para legalizar a situação do imóvel, mas teve a informação de que a obra pertence à empresa Degraus, que embargou a obra por ter contraído dívidas, após financiamentos bancários. “Desse jeito fica difícil de comprar ou alugar o prédio”, finalizou.

O escritório da Construtora Degrau foi lacrado pela Justiça no dia 06 de Agosto de 2004, por que a falência da empresa tinha sido constatada. O fato aconteceu, após uma cliente entrar com uma ação por não ter recebido o apartamento que comprou e nem as parcelas já pagas.

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