ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 26º

Capital

MPMS pede arquivamento de inquérito sobre quem mandou matar delegado

Inquérito policial foi reaberto em abril e concluído em setembro e agora o MPMS disse não haver provas do mando

Lucia Morel e Marta Ferreira | 21/12/2020 16:11
Carro em que o delegado Paulo Magalhães estava, ao volante, quando foi executado em 2013. (Foto: Arquivo)
Carro em que o delegado Paulo Magalhães estava, ao volante, quando foi executado em 2013. (Foto: Arquivo)

Os promotores Douglas Oldegardo dos Santos e Moises Casarotto, que atuam junto à 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande,  pediram arquivamento de inquérito que investigava o mando da execução, em 2013, do delegado aposentado Paulo Magalhães, aos 57 anos. Na Polícia Civil, a investigação foi reaberta em abril, a conclusão encaminhada em setembro ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que agora pede o arquivamento

Não foram obtidos maiores elementos aptos a corroborar as suspeitas levantadas, sendo extremamente frágeis os indícios de autoria apurados no procedimento”, escrevem os promotores na peça, protocolada na sexta-feira passada (18).

Investigações da força-tarefa da Polícia Civil responsável pelo trabalho investigatório apontaram Jamil Name, Jamil Name Filho e Jerson Domingos como mandantes do assassinato.

Isso por haver indícios, diante de descobertas feitas na Operação Omertá, de que havia participação e interesse do trio na morte do delegado aposentado. O envolvimento dos dois primeiros em outros crimes também foi levado em conta.

“A diferença, reiteramos, é que nos casos referidos, nos quais ofertamos denúncias, havia elementos que transcendiam o plano das conjecturas, das impressões, das estranhezas, plano no qual que este inquérito, mais uma vez, limitou-se a alcançar, mas não superar”, sustentam os promotores Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos e Moisés Casarotto.

O órgão enfatiza ainda que “embora tenham sido apontadas circunstâncias denominadas pela autoridade policial como “novos elementos probatórios” em desfavor de Jamil Name, Jamil Name Filho e Jerson Domingos, tais circunstâncias não são suficientemente aptas a ensejar o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público em desfavor dos indiciados”.

Advogado André Borges, que atua no processo. (Foto: Divulgação)
Advogado André Borges, que atua no processo. (Foto: Divulgação)

Para o advogado André Borges, que representa Domingos, o pedido de arquivamento “é um enorme estímulo à defesa, que continuará sustentando aquilo em que acredita com total firmeza: Jerson Domingos é um homem do bem e não teve participação alguma na tal organização criminosa que vem sendo investigada”.

Ele lembrou ainda que os pedidos de arquivamento feitos pelo Ministério Público costumam ser aceitos pelo Judiciário e que a única ligação entre seu cliente e a família Name é laço de “parentesco e amizade, que obviamente nunca será negado”.

Jamil Name - Alvo da Operação Omertà como líder de organização criminosa, ele foi preso e encaminhado para a Penitenciária Federal de Campo Grande, seguindo depois para a unidade de Mossoró (RN), junto com seu filho, Jamil Name Filho.

Outros integrantes do grupo também foram detidos e levados para Mossoró, mas pouco depois conseguiram retornar para Campo Grande, onde seguem presos. A defesa de Name também tenta fazer com que ele e o filho retornem para a Capital, mas até agora viram seus pedidos serem negados judicialmente.

Paulo Magalhães foi assassinado quando buscava a filha na escola, no Jardim dos Estados, no fim da tarde. O pistoleiro José Moreira Freires foi condenado a 18 anos de prisão como executor, mas não cumpriu. Conseguiu liberdade monitorada por tornozeleira, fugiu em abril do ano passado, e acabou morto em confronto com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, no dia 14 de dezembro, em Lagoa de Pedras.

Nos siga no Google Notícias